saúde

Núcleo Santa Maria da Sociedade Vegetariana Brasileira é constituído

João Pedro Lamas

Foto: Sociedade Vegetariana Brasileira (Divulgação)
A partir da esquerda: Alexandre Druzian, Anne Corrêa, Aline Estivalet, Pâmela Bolson, Leandro Minato, André Corrêa, Verônica Barbosa e Edgar Matias

Um grupo de oito pessoas constituiu na tarde de segunda-feira o "núcleo Santa Maria" da Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB).

De acordo com uma dessas pessoas, Alexandre Druzian, proprietário do restaurante Fest Bistrô, onde ocorreu a reunião do grupo, a sociedade é uma das organizações sem fins lucrativos mais ativas do mundo, e é focada, principalmente, na dieta alimentar, que traz, independentemente de qual for o argumento, benefícios à saúde e ao planeta de acordo com pesquisas.

A Organização das Nações Unidas (ONU), em relatórios anuais, inclusive, recomenda esse tipo de dieta. Cientistas têm percebido aumento no consumo de carnes e produtos que tem por base o leite principalmente na América Latina e na Ásia, que demandam, para serem produzidos, quantidades "enormes de água potável e espaço para criação de animais". Isso tem impactos severos ao meio-ambiente.

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De acordo com o Centro Internacional de Agricultura Tropical (CIAT), com sede na Colômbia, a produção de alimentos corresponde de 25% a 30% das emissões de gases de efeito estufa geradas pelo homem em todo o mundo. E a maior parte da pecuária. Dos quase 5 bilhões hectares de terra usados no mundo para a produção de alimentos, 68% são usados justamente pela pecuária.

Ao usar menos água e destinar menos terra para esse tipo de prática, seria possível viabilizar uma forma, como por exemplo o reflorestamento, para aumentar a absorção de carbono e aliviar as mudanças climáticas no futuro - períodos cada vez mais quentes, por exemplo, ou cada vez mais frios, além de haver mudanças bruscas de uma condição para outra.

Quanto à saúde, o modelo de Springmann mostra que se todos nós adotássemos uma dieta vegetariana até 2050, veríamos uma redução na mortalidade global de 6% a 10%. Isso, pois haveria menor incidência de doenças cardíacas, diabetes, derrames e tipos de câncer. Até da obesidade. Mas não só por não consumir carne vermelha, mas também por causa da redução de calorias e da ingestão de outros alimentos, como frutas e verduras.

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Outro ponto é que com menos pessoas sofrendo de doenças crônicas relacionadas à dieta, isso também traria um corte nos gastos da saúde pública, economizando de 2% a 3% do Produto Interno Bruto (PIB) global.

Os estudos não ignoram, no entanto, que, hoje, uma dieta como a vegetariana, se adotada por todo o mundo de uma hora para outra, teria impactos econômicos e culturais negativos. O processo deve ser lento e gradual.

FUNÇÃO DO NÚCLEO SANTA MARIA

E é justamente essa a função da SVB em Santa Maria: divulgar informações de forma que elas cheguem aos santa-marienses. Isso, por meio de campanhas, convênios, eventos, pesquisa e ativismo político. A ideia é conscientizar sobre os benefícios do vegetarianismo, e trabalhar para aumentar o acesso da população a produtos e serviços vegetarianos.

Não é militância. O órgão tem por características fazer campanhas principalmente voltadas à saúde. Recentemente, uma delas, a "Vegetarianismo contra o câncer", esteve em ação.

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Médicos, nutricionistas, entre outros profissionais, voluntários vinculados à sociedade, participaram de forma a fazer com que essas informações chegassem à população em geral, além de fazer atendimentos de rotina.

Ou vai dizer que você, familiar ou conhecido nunca recebeu orientação médica para parar o consumo de determinados tipos de alimentos de origem animal por conta do impacto negativo na saúde?

A SVB, inclusive, pretende trabalhar na divulgação do trabalho culinário vegetariano local de forma a dar alternativas ao consumo da carne. E não adianta fazer cara feia: muitos dos produtos "parecem carne, tem gosto de carne, mas não são carne" - mas são muito mais saudáveis.

OS ANIMAIS

Apesar do enfoque na saúde, existe um cunho ideológico no grupo, que não acredita que a exploração animal para usufruto humano seja algo correto ou necessário.

- Existe uma empatia em relação a alguns animais que não existe em relação a outros, que, francamente, não são vistos como animais, mas como alimento. Um cachorro ou um gato são uma coisa, agora uma vaca ou um peixe são outra. Não é buscar o sensacionalismo, mas um exemplo claro: um cão que sofre maus-tratos causa indignação, mas um rebanho de vacas criadas para o abate não causa nada, é uma situação vista com naturalidade. Afinal, qual é a diferença? - questiona Druzian.

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