ATUALIZAÇÃO: matéria atualizada às 19h01min em 27 de fevereiro de 2020
O Ministério da Saúde realizou na tarde desta quinta-feira uma coletiva de imprensa para atualizar a situação do novo coronavírus no Brasil. Até hoje, são 132 casos suspeitos em todo país e apenas um confirmado em São Paulo. No Rio Grande do Sul, são 24 suspeitas e nenhum caso confirmado.
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Entretanto, conforme dados divulgados pela Secretaria de Saúde do Estado no final da tarde desta quinta, os números divergem. São 21 suspeitas no RS em sete cidades: uma em Santa Maria, duas em Canoas, duas em Farroupilha, uma em Montenegro, uma em Palmares do Sul, uma em Passo Fundo e 13 em Porto Alegre. Desses, somente dois necessitaram de internação hospitalar para observação. O restante está em isolamento domiciliar. O caso suspeito de São Gabriel não foi contabilizado nesta lista.
Durante a coletiva de imprensa, o secretário-executivo do ministro da Saúde, João Gabbardo, foi questionado sobre a divergência dos números, mas afirmou não estar a par dessa situação. Ele afirmou que isso será avaliado e, se houver algum erro, os números serão corrigidos até esta sexta-feira.
NÚMEROS PODEM SER MAIORES
De acordo com o secretário-executivo, os números não são definitivos e devem ser muito maiores. Ainda há 213 casos em que os estados mandaram para o Ministério da Saúde, mas que ainda não foram atualizados.
- Podemos chegar a 300, o número de casos suspeitos ainda pode aumentar - afirma o secretário-executivo.
Os casos dispararam desde a quarta: subiram de 20 suspeitas para 132. Isso se deve, segundo Gabbardo, ao feriado de Carnaval, quando os postos de saúde registram maior número de atendimentos normalmente após o fim de semana; a inclusão de oito países na lista de monitoramento, já que o fluxo de pessoas é muito maior do que apenas na China; além de ter tido o primeiro caso confirmado, o que deixa as pessoas e os profissionais de saúde mais cautelosos.
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Gabbardo ainda reforçou o alerta aos gaúchos sobre o chimarrão que o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, sugeriu ontem durante coletiva de imprensa:
- Não somos contra o chimarrão. Basta que as pessoas usem a sua bomba e a sua cuia de chimarrão. Isso vale para o cafezinho e vale para a água - ressaltou o secretário-executivo.
A recomendação do secretário-executivo é que se evite aglomeração em ambientes fechados, principalmente durante as baixas temperaturas no sul:
- O Rio Grande do Sul tem o risco maior com as doenças do inverno porque, em função da temperatura, se costuma fechar os ambientes e nesses locais há possibilidade da transmissão do vírus é muito maior. Não tem nenhuma recomendação em ambiente aberto e continuará nesse sentido. Se pede bom senso das pessoas se elas estiverem doentes, que evitem contatos com outras pessoas - complementa.
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO
Segundo Gabbardo, ainda não há nenhum local do país onde os equipamentos de segurança estejam em falta. Entretanto, a licitação de vários itens, como máscaras cirúrgicas, já foi feita. Caso precise, será utilizado "tudo o que a legislação permite para adquirir tudo o que as pessoas precisam":
- Várias empresas participaram, os preços colocados foram dentro de uma margem que nós esperávamos. Os vencedores da licitação já encaminharam os documentos para fazer o contrato e alguns deles já estão sendo chamados para a assinatura. Nós estamos confortáveis com isso.
Questionado sobre o aumento de preço nas farmácias de itens para a prevenção, como álcool gel, Gabbardo afirmou que não é atribuição do Ministério da Saúde regular isso.
- Isso não é atribuição do Ministério da Saúde, isso é do Ministério da Economia. Nós não vamos nos envolver nessa situação, não temos mecanismo para fazermos esse controle, apenas comunicar aos órgãos competentes - completa.
CAMPANHA DE VACINAÇÃO DA GRIPE ANTECIPADA
Na tarde de hoje, pouco antes da coletiva de Gabbardo, o ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, em entrevista coletiva em São Paulo, anunciou a antecipação da campanha de vacinação da gripe para o dia 23 de março por conta do coronavírus.
O secretário-executivo reafirmou a antecipação e completou que a campanha deve começar pelo Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.
- Se nós não fizermos a vacina, teremos muito mais pessoas com síndrome gripal. Vamos reduzir o número de pessoas que vão procurar as unidades de saúde - completou Gabbardo.
O público alvo será não só idosos, mas também a população presidiária, agentes presidiários e a ampliação de segmentos para diminuir a circulação epidêmica.
VISITA AO RS
Na coletiva, Gabbardo anunciou que vai visitar, neste sábado, os novos blocos do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). Com a visita técnica, será possível verificar se os leitos poderão atender exclusivamente pacientes com o novo coronavírus e adiantar a inauguração do Centro de Tratamento Intensivo (CTI) especificamente para essa demanda.