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Maio deve ter queda de óbitos em Santa Maria, mas ainda em patamar elevado

Leonardo Catto

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Renan Mattos (Diário)

Em 14 de maio do ano passado, Santa Maria registrava a primeira morte por Covid-19. Um ano depois, a pandemia ainda não acabou, e a cidade ultrapassou as 600 vidas perdidas pelo coronavírus. O último boletim epidemiológico da prefeitura, de terça-feira, confirmou cinco novos óbitos, o que elevou o dado para 602 na cidade.

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A tendência até o final do mês de maio é positiva somente se comparada com os meses de março e abril, quando a cidade enfrentou as consequências do agravamento da pandemia. Com um terço do mês, até o dia 10, foram 43 mortes. O triplo seria de 139, o terceiro mais alto desde maio de 2020, mas menor que o registrado nos últimos dois meses. O médico epidemiologista da Vigilância em Saúde Marcos Lobato encara essa projeção como "realista". Imaginar que o número pudesse ser o dobro até o final do mês, seria uma "perspectiva mais otimista".

- É projetar que, ao longo do mês, se mantenha o que aconteceu nos primeiros 10 dias. Eu tento ver outros dados como ocupação de leitos e novas internações, porque isso está correlacionado. Em março, muita gente internou, e isso repercutiu até abril, quando a gente teve um pouco de queda em internação, o que repercute em maio - explica.

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A queda mencionada por Lobato, contudo, não foi grande e fez com que a ocupação se mantivesse em patamar elevado. Portanto, o cenário ainda não é tão favorável para o controle da pandemia. A proporção de mortes ilustra isso: em sete meses de 2020, foram 152 óbitos. Já em cinco meses incompletos de 2021, 450, o que já corresponde a 74% das 602 mortes.

Para chegar a 100 óbitos, Santa Maria levou seis meses. A segunda centena foi completa de novembro a fevereiro, quatro meses. Em pouco mais 30 dias, os óbitos foram de 200 para 300. O pior mês da pandemia na cidade, março, elevou mais uma centena no dado. Os 500 foram batidos em 20 dias de abril. O período para mais 100 foi maior ao fechar 600, mas ainda menor que um mês.

'MONTANHA RUSSA'
A vacinação já tem efeitos positivos em redução de mortes em idosos. Porém, o último boletim confirmou os óbitos de quatro pessoas acima de 60 anos (65, 75, 82 e 85). Segundo Lobato, o sistema de registro de mortes e de vacinação é tratado separadamente pelo Ministério da Saúde. Isso impede que os dados sejam cruzados imediatamente. Entretanto, o médico indica que as mortes desse grupo costumam ser de pacientes que ou não tomaram a vacina, ou adoeceram ainda antes de completar a imunização, já que são necessárias duas doses.

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Outra tendência que deve caracterizar a pandemia é a sequência de picos e quedas nos indicadores (casos, internações  mortes). Essa observação tem como base a leve melhora neste mês. Em oposição, restrições mais brandas, como é esperado por parte do governo estadual em substituição ao Distanciamento Controlado, podem causar piora. Atrasos nas entregas de segundas doses também prejudicam o combate da pandemia.

- As variações nunca foram tão grande, exceto para pior. Sempre temos quedas, mas nunca é uma média alta. Com um ano de pandemia, já experimentamos várias coisas e temos exemplos de outros países. O que temos claro, exceto para quem não acredita na ciência, é que o que mais funciona é máscara, distanciamento físico e vacina. Quando começa a vacinar, não é assim liberar. É como se nós estivéssemos em uma montanha russa. Tem picos e cai - argumenta.

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As altas e baixas nos números são o que ditam os gráficos. Lobato projeta que isso vá permanecer enquanto não houver uma cobertura vacinal massiva, já que, a cada melhora, as restrições são afrouxadas, e a pandemia volta a piorar. E o ciclo se repete.

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