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Com variante Delta, recomendação é procurar testagem nos primeiros sintomas

Leonardo Catto

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Marcelo Oliveira (Especial)

A variante Delta, considerada a como uma das mais preocupantes mutações do coronavírus, chegou a Santa Maria. Quatro casos foram confirmados pela prefeitura. O modo de agir, neste momento, se assemelha com o começo da pandemia, quando a testagem era essencial. Por outro lado, atualmente há uma cobertura vacinal parcial da população e maior testagem, o que facilita a proteção e a identificação de casos. A recomendação médica é buscar testagem diante de qualquer sintoma que possa ser relacionado com a Covid-19. A delta tem, ainda, sintomas como coriza, que até pouco tempo não levantavam suspeita. 

Vacinação de quarta-feira segue para o público de 21 anos ou mais

O teste em si não vai indicar se a pessoa contraiu a Delta. O diagnóstico é como uma resposta de "sim ou não" para a infecção do coronavírus de modo geral. O que garante o conhecimento sobre a mutação é o chamado sequenciamento. Esse processo avalia os "pedaços" do vírus e indica qual variante infectou o paciente. Isso é feito na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), que integra a vigilância genômica estadual.


Foi lá, no Laboratório de Bioinformática aplicada à Microbiologia Clínica, que os quatro casos foram identificados. Segundo a prefeitura, os pacientes são duas mulheres, de 31 e 45 anos, um idoso de 73 anos e uma criança de 6 anos. Nenhum teve quadros graves e já são considerados recuperados. O Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) foi notificado e já contabiliza os quatro casos entre os 52 registrados em todo Rio Grande do Sul. A secretaria municipal da Saúde mapeia os contatos dos pacientes santa-marienses. 

- Sabíamos que a variante ia chegar. Agora, precisamos ter consciência que o cuidado é redobrado. A variante é mais contagiosa. Em qualquer tipo de sintoma respiratório, mesmo leve, é muito importante que a população procure locais para testagem. Existe acesso, não temos o problema que tivemos ano passado, quando não havia testes - orienta a professora Priscilla Trindade, que coordena o sequenciamento na UFSM.

SISTEMA DE SAÚDE
Em março, Santa Maria viveu o colapso da capacidade de atendimento em saúde devido à pandemia. A situação se repetia a nível nacional. Agora, com avanço da vacinação, o momento é de melhora. Há mais de 15 dias, a ocupação de unidades de terapia intensiva (UTIs) está abaixo dos 60%. A confirmação de variante Delta, contudo, liga alertas.

Isso porque o contágio desta mutação é mais fácil. Segundo a explicação do médico epidemiologista Marcos Lobato, no começo da pandemia, uma pessoa infectada com o coronavírus original poderia infectar outras três. A variante Gama tinha essa proporção aumentada para um paciente que infectava outros cinco. No caso da Delta, uma pessoa pode contagiar até outras oito. Ainda não há confirmação de que os quadros de evolução da Delta sejam mais graves.

- É mais transmissível que o dobro do original. Esta é a preocupação que temos que ter. A capacidade desta variante ser transmitida com muito mais rapidez. O que nos deixa menos preocupados é que não tem relato no mundo todo que ela aumentar a gravidade. Quem tem a doença não tem chance maior de internar ou morrer do que com a variante original- explica.

Hoje, Santa Maria tem uma capacidade de atendimento em saúde reduzida se comparado a março, quando viveu o pior momento da pandemia. Com baixa demanda, o Complexo Hospitalar Astrogildo de Azevedo fechou, no início deste mês, a ala de UTI Covid existente no Hospital Alcides Brum, anexo ao prédio. Ainda é mantida uma ala Covid com menos leitos. O diretor técnico do Astrogildo de Azevedo, Luiz Gustavo Thomé, assegurou que não é o momento para reabrir leitos. Segundo ele, a situação "está sob controle".

Na rede pública, o Hospital Regional mantém 38 UTIs, todas Covid. O Hospital Universitário de Santa Maria (Husm) tem 34 UTIs, das quais 20 são para casos de Covid.

A variante Delta chegou antes nos Estados Unidos. Mais precisamente, há dois meses. De acordo com reportagem do jornal The New York Times, no país norte-americano, um em cada cindo hospitais que chegam a 95% de ocupação de UTIs.

Por enquanto, o boletim InfoGripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), ainda aponta tendência de estabilidade na transmissão de vírus que causem Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). A versão mais recente do estudo foi publicada em 12 de agosto, tendo como base a semana entre os dias 1º e 7 deste mês. Uma atualização, divulgada nesta quarta-feira já aponta redução na queda de casos e tendência de crescimento.

Na próxima sexta-feira, a Associação de Municípios da Região Centro (AM Centro) deve tratar do assunto na reunião semanal. De acordo com a prefeitura, qualquer tipo de alteração nas medidas sanitárias locais segue os protocolos estabelecidos pela AM Centro. 

PREVENÇÃO

A maneira de evitar o contágio ainda é a mesma em relação aos tipos de coronavírus já existentes anteriormente. Deve-se evitar aglomerações, arejar bem os ambientes, utilizar máscara e manter a a higiene das mãos. Além disso, diferente do começo da pandemia, há uma forte aliada: a vacinação. Atualmente, o vacinômetro da prefeitura de Santa Maria aponta que 29% da população total têm imunização completa (com duas doses ou dose única). 

O professor da UFSM Alexandre Schwarzbold estuda vacinas contra a Covid e explica que as utilizadas no Brasil têm cobertura contra a variante Delta. Isso tem como base estudos de efetividade, que são com base na análise de população já vacinada na sociedade.

- Tem possibilidade de imunização mesmo frente a Delta. A gente já tem dados que chamamos de "estudos de base", ou seja, dados do mundo real. Nós vacinamos 10 mil pessoa,s por exemplo, e no teste de eficácia já temos dados que a Fiocruz vai publicar - afirma o infectologista.

É necessário compreender também que a vacinação não evita o contágio. O efeito é pela atenuação em caso de infecção. Há casos que mais doses de reforço serão necessárias, mas ainda em avaliação.

- O núcleo de efetividade de qualquer vacina, é o que temos notado e já se imaginava, é que nas populações idosas e pessoas com comprometimento do sistema imune porque fazem quimioterapia, são imunodeprimidos, o que for, essas pessoas provavelmente vão exigir uma dose de reforço porque eles tem uma eficácia menor - explica.

Um exemplo utilizado por Schwarzbold é o do ator Tarcísio Meira, que morreu de Covid-19 mesmo depois de vacinado. Ele tinha 85 anos, e na explicação do professor, a porcentagem de eficácia da vacina para que a doença não evoluísse a um quadro mais grave não foi os mesmos 70% esperados. Nenhum dos imunizantes, contudo, protege 100% contra a infecção e futura transmissão do vírus.

Também em comparação com os Estados Unidos, o professor lembra que cerca de 98% das hospitalizações são de pessoas não vacinadas. Deste modo, mesmo que a vacinação não proteja totalmente a infecção, é uma das principais aliadas na contenção da variante.

TESTAGEM E SINTOMAS
Os sintomas leves, semelhantes a um resfriado, também podem ser sentidos por quem já foi vacinado. Nos casos mais tênues, pode nem haver registro de febre. Por isso, a orientação é que as pessoas procurem o serviço público e façam o teste, para sempre confirmar ou descartar as suspeitas. Entre os sintomas comuns estão coriza, tosse, dor de garganta, febre, dor no corpo, dor de cabeça, alteração de olfato e alteração de paladar. Pessoas sintomáticas e assintomáticas que tiveram contato com positivados podem fazer o teste.

LOCAIS, DIAS E HORÁRIOS PARA REALIZAR OS TESTES DE DIAGNÓSTICO DA COVID-19

Região Oeste

  • ESF Roberto Binato - De segunda a sexta-feira, das 10h30min às 11h30min
  • UBS Floriano Rocha (Bairro Juscelino Kubitschek) - Sextas-feiras, das 7h30min às 10h
  • ESF Alto da Boa Vista - Quintas-feiras, às 10h
  • ESF Vitor Hoffmann (Vila Rossi) - Quartas-feiras, das 8h30min às 9h30min
  • ESF Parque Pinheiro Machado - Terças-feiras, das 16h às 16h40min / Quintas-feiras, das 11h às 11h40min
  • UBS Ruben Noal (Bairro Tancredo Neves) - Terças-feiras, das 8h ao meio-dia / Quintas-feiras, das 13h às 15h

Região Norte

  • UBS Kennedy - Quintas-feiras, das 8h30min às 10h
  • ESF Kennedy - Terças-feiras, das 8h30min às 10h
  • UBS Joy Betts (Bairro Perpétuo Socorro) - Terças-feiras, das 9h às 11h
  • ESF Bela União - Terças-feiras, das 14h às 16h30min / Quintas-feiras, das 10h às 11h30min

Região Nordeste

  • ESF Itararé - Quintas-feiras, das 13h30min às 15h30min
  • UBS Waldir Mozzaquatro - Quartas-feiras, das 9h às 11h

Região Centro

  • Policlínica José Erasmo Crossetti - De segunda a sexta-feira, das 8h ao meio-dia e das 13h às 15h
  • ESF Lídia - Segundas-feiras, das 16h às 17h / Terças e quartas-feiras, das 11h ao meio-dia
  • UBS Centro Social Urbano - Terças e quintas-feiras, das 13h às 14h
  • UBS Dom Antônio Reis - Quartas-feiras, das 9h às 10h

Região Leste

  • UBS Wilson Paulo Noal - Segundas e quintas-feiras, das 17h às 19h
  • ESF São José - Segundas-feiras, das 13h30min às 14h30min / Quintas-feiras, das 8h30min às 9h30min
  • ESF São Francisco (Bairro Diácono João Luiz Pozzobon) - Segundas-feiras, das 14h às 16h / Quartas e sextas-feiras, das 10h às 11h30min
  • ESF Maringá (Bairro Diácono João Luiz Pozzobon) - Pela manhã, conforme demanda

Região Sul

  • ESF Urlândia - Segundas e quintas-feiras, das 10h às 11h
  • ESF Passo das Tropas - Segundas e quartas-feiras, das 17h às 19h
  • ESF Santo Antão - Pela manhã, conforme demanda
  • ESF São João - Quintas-feiras, às 14h
  • UBS Felício Bastos, distrito de Boca do Monte - Segundas, quartas e sextas-feiras, das 11h às 11h45min
  • ESF Oneyde de Carvalho - Exames em gestantes, conforme agendamento

Centro de Referência Municipal da Covid-19

  • Atendimentos - De segunda a sexta-feira, das 8h ao meio-dia e das 13h30min às 18h
  • Coletas de exames - De segunda-feira a sábado, das 8h30min às 11h15min, e de segunda a sexta-feira, das 13h30min às 17h30min
  • Onde - Rua Conrado Hoffmann, 277, Bairro Nossa Senhora de Lourdes
  • Contato - (55) 3220-0390 e (55) 99128-9893 (somente WhastApp)

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