Fotos: Renan Mattos (Diário)
Depois de um ano, o governo Jorge Pozzobom (PSDB) retomou o comando da Câmara de Vereadores de Santa Maria. Por 11 votos a 10, os parlamentares escolheram Cida Brizzola (PP), Drª. Cida, como a presidente do Legislativo para o próximo ano. Ela derrotou o candidato da oposição, Adelar Vargas (MDB), Bolinha.
Com a eleição da progressista, mais uma vez o acordo para a direção da Casa foi rompido, o que gerou confusão. A votação ocorreu por volta das 16h30min de ontem, com as galerias lotadas. A vice-presidência será ocupada por Luci Duartes (PDT), Tia da Moto, que atualmente é a 1ª secretária da Mesa e integra o bloco de oposição.
- A harmonia entre os poderes será a nossa principal maneira de atuar. Harmonia entre o Executivo e o Legislativo sempre. O projeto, em 2019, será uma Santa Maria melhor - afirmou a presidente eleita do Legislativo, Drª Cida.
Antes da votação, o clima era tenso na Câmara. A expectativa recaiu sobre a decisão do vereador Leopoldo Ochulaki (PSB), Alemão do Gás. Ao longo de 2018, o parlamentar votou com o então bloco dos 11, que representa a oposição ao Executivo municipal e, na eleição, era representado por Bolinha. Porém, a posição do vereador começou a ser questionada pelos colegas de bancada, temendo que ele migrasse para a situação - e foi o que aconteceu. Após uma forte articulação política, Alemão do Gás não só votou em Dr. Cida, como também ganhou o cargo de 2º secretário da Mesa Diretora da Casa. Após anunciar o voto, ele foi duramente criticado pelos parlamentares da oposição.
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No atual mandato, é a segunda vez que Alemão do Gás troca de lado: antes votando com a situação, no final de 2017, ele ajudou a eleger Alexandre Vargas (PRB) como presidente, consolidando o bloco dos 11. Agora, a partir de 2019, deverá voltar a votar junto com a bancada que representa o governo municipal.
- Tenho o dever de estar ouvindo constantemente as pessoas, consequentemente, repensando e reformulando conceitos, ideias e posicionamentos sobre as mais diversas situações - justificou o vereador.
O líder da oposição, Valdir Oliveira (PT), afirma que Alemão do Gás "traiu" o grupo que ajudou a formar.
- É algo que nos decepciona muito, porque ele sempre esteve no nosso grupo, foi tudo compartilhado. Há poucos dias, inclusive, ele participou de uma reunião na casa do vereador Bolinha e deu a sua palavra que votaria nele. Não sei qual foi o negócio que ele fez com o Executivo, mas ele acabou traindo o grupo - protestou.
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DESPEDIDA
Antes da votação, o agora ex-presidente da Casa, Alexandre Vargas (PSB), fez um discurso, enfatizando as principais ações frente ao Legislativo santa-mariense durante o ano. A aprovação do Plano Diretor, no mês de julho, a implementação da TV Câmara em sinal aberto e a economia realizada durante o ano pela Casa, mais de R$ 4 milhões, foram, segundo Alexandre, pontos relevantes de seu mandato. Após deixar o cargo de presidente, ele assumiu como 1º Secretário da Mesa Diretora, já que a Mesa precisa ser pluripartidária, com a participação da chapada derrotada na eleição.
Com a derrota, a oposição não deu acordo para a sessão extraordinária de hoje, antes do recesso, uma vez que precisava da concordância de todas as bancadas. A sessão seria para votar o projeto de lei do Executivo que permitiria que donos de imóveis irregulares construídos até 31 de dezembro de 2017 pudessem se regularizar junto à prefeitura. Somente em impostos, Executivo esperava arrecadar cerca de R$ 20 milhões com a aprovação do projeto.