Foto: Emerson Souza (Divulgação)
A realidade orçamentária de Santa Maria, cada vez, é mais assustadora. Com previsão de R$ 785 milhões para 2019, o dinheiro é insuficiente para dar conta de todas as demandas dos santa-marienses, obrigando a prefeitura a buscar dinheiro fora, seja com empréstimo, seja de emendas parlamentares. Só que essa receita extra exige contrapartidas, no caso das emendas, e pagamento, no caso dos financiamentos para obras.
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Um dos grandes problemas das contas municipais, a exemplo do que ocorre em nível estadual e nacional, é a despesa com pessoal.
De cada R$ 100 que a prefeitura de Santa Maria arrecada, R$ 69 são para pagamento dos servidores e professores. A folha de pagamento, que bate na casa de R$ 350 milhões ao ano, com salários, vantagens e encargos, consome 68,8% do que a prefeitura arrecada.
Então, é preciso fazer mágica para fechar as contas. No projeto de lei do orçamento municipal de 2019, há previsão de um déficit de R$ 12 milhões, segundo explicou na, audiência pública de terça-feira, o assessor técnico da Câmara de Vereadores Ricardo Zago.
A situação obrigou a prefeitura a reduzir a rubrica "Reservas de contingência", que, no orçamento deste ano contou com uma previsão de R$ 15,8 milhões e, no do ano que vem, ficará com apenas R$ 1,5 milhão. Essa reserva é destinada para atender situações não previstas, como uma intempérie, por exemplo.
Orçamento: parece que é, mas não é
Diante desse quadro financeiro, o secretário de Finanças, Jean-Pier de Vasconcellos Esquia, reitera que o atraso de salários, em médio prazo, é uma ameaça real.
- É uma tendência que ocorre, está cada vez mais apertado. Se cair a receita, existe o risco, sim. A cada ano que vai passando, vai piorando - alerta Jean-Pier.
Em 2019, isso dificilmente ocorrerá, porque o orçamento foi "enxugado" para fechar as contas.
Já em 2020, ninguém sabe, ao certo, se haverá dinheiro suficiente para manter os compromissos em dia.