caso Bárbara

Polícia conta detalhes da busca até a localização de corpo de dentista

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style="width: 100%;" data-filename="retriever">Foto: Renan Mattos
Marido (de camiseta verde) e familiares acompanharam as buscas nesta tarde

style="width: 50%; float: right;" data-filename="retriever">O caso que comoveu o Rio Grande do Sul nos últimos cinco dias teve um desfecho trágico na tarde desta quarta-feira. Por volta das 15h, cães farejadores do Corpo de Bombeiros de Santa Maria encontraram o corpo da dentista Bárbara Machado Padilha (foto ao lado), 32 anos, em uma área de mata fechada, às margens da BR-158, próximo a uma loja de artesanato, no Bairro Presidente João Goulart, em Santa Maria.

Conforme o delegado Regional Sandro Meinerz, o corpo da dentista estava de bruços em meio a árvores com marcas de arranhões nos braços - a suspeita é que os machucados tenham sido causados pelas árvores. Não havia sinais de violência no corpo. O celular e a bolsa da dentista - que usava a aliança de casamento e brincos - ainda não foram encontrados. A polícia suspeita que ela possa ter perdido os pertences.

-O rastro (em meio ao matagal) certamente era dela pelo que verificamos (a polícia comparou a pegada achada na mata com as marcas de uma bota de Bárbara). Ela não foi atacada por ninguém. Ela entrou na mata intencionalmente. Por hora, a não ser que a perícia comprove ao contrário, trata-se de um suicídio - afirmou o delegado.


As buscas começaram há cinco dias com a participação de bombeiros, Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Polícia Civil. O marido de Bárbara e os tios dela acompanharam o trabalho das equipes e foram avisados ainda no local sobre o desfecho. Por volta das 17h30min, o corpo foi transportado do matagal até o carro da funerária.

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O DESAPARECIMENTO E AS PISTAS
O desaparecimento de Bárbara foi divulgado pela família na noite do último sábado por meio das redes sociais. Familiares buscavam informações da jovem, que morava e trabalhava em Tupanciretã, distante cerca de 100 quilômetros de Santa Maria. No domingo, a notícia se espalhou e gerou uma rede de buscas e compartilhamentos por alguma informação envolvendo o destino da dentista formada pela Universidade Franciscana (UFN) em 2015.

Bárbara estava desaparecida desde a tarde de sábado, quando foi vista pela última vez pelo marido. Segundo entrevista do advogado Pedro Melo Ribas, marido da dentista, na segunda-feira à noite, ela não tinha motivos para sumir.

- Eu estou desesperado, é uma coisa inexplicável. É alguma coisa na cabeça dela que não "tá" legal. Ela "tava" um pouco abatida, mas nada que justificasse uma coisa dessas _ contou o marido ao Diário.

Bárbara teria saído do escritório do marido e ido a pé até a residência deles, por volta das 17h. Cerca de 2 horas depois, ele chegou na residência e não encontrou a esposa. As portas estavam abertas e a chave de casa caída no chão. Os documentos e a bolsa de Bárbara estavam na casa.

Na segunda-feira pela manhã, a Polícia Civil divulgou imagens da principal pista do caso: câmeras de segurança de um posto de conveniência localizado no Trevo do Castelinho, a menos de um quilômetro de onde o corpo foi encontrado, gravaram a dentista comprando uma água e um chocolate às 19h45min de sábado. Outra imagem mostra a dentista deixando o posto às 19h53min. Segundo funcionários do local, Bárbara sentou em uma mesa dentro do estabelecimento. Ela estava sozinha o tempo todo e usava uma bolsa.

Meinerz relatou que a investigação conseguiu chegar às imagens das câmeras de segurança depois que um motorista de um táxi executivo contou que foi contratado pela dentista para trazê-la de Tupanciretã para Santa Maria e a deixou no posto. Bárbara não teria dito uma palavra no caminho.

- Foi uma viagem silenciosa segundo o motorista. Ele foi peça-chave para reconstituirmos o trajeto. Ficou muito claro para nós que ela havia planejado isso há muito dias. Ela já havia tentado isso na sexta-feira, inclusive mentindo o nome quando fez contato com um motorista de aplicativo. Já tinha questionado outro motorista sobre o custo de uma corrida de Tupanciretã até o Trevo do Castelinho - disse o delegado Sandro Meinerz, na terça-feira, durante a operação de busca.

O rastreamento do GPS do celular de Bárbara levou a Polícia Civil à localização aproximada do local onde o aparelho emitiu o último sinal. Era a pista que faltava para começarem as buscas de forma mais efetiva, ainda na segunda. Desde então, dezenas de policiais de Santa Maria e Tupanciretã se revezaram na procura pela dentista em meio à mata fechada.

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