investigação

Justiça inocenta pai de menino que atirou e matou acidentalmente o amigo em Santa Maria

Naiôn Curcino

Foto: Gabriel Haesbaert (Arquivo Diário)
Lazaro, na foto do cartaz, foi morto acidentalmente em junho de 2018. Na época, família chegou a fazer um protesto pela morte

Mais de sete meses após o menino Lazaro Augusto Fernandes Peres, 8 anos, ter sido morto acidentalmente com um tiro no olho disparado por seu amigo, de 9 anos, houve o primeiro desfecho do caso na Justiça. O pai do menino, que confessou ter atirado em Lazaro por acidente, foi inocentado. O juiz Ulysses Louzada, que responde interinamente pela 3ª Vara Criminal, acolheu o pedido do Ministério Público para arquivar o processo. No entanto, o homem ainda responde a outra ação por posse ilegal de arma de fogo, omissão de cautela e receptação.

A decisão de arquivar o processo foi proferida no último dia 17, após pedido do Ministério Público. O promotor responsável pelo caso, Antônio Augusto Ramos de Moraes, está em férias e não pôde falar sobre o caso.

OUTRAS ACUSAÇÕES
O pai do amigo de Lazaro continua sendo acusado por omissão de cautela, crime previsto no Estatuto do Desarmamento, que responsabiliza quem tem uma arma por não ter impedido o acesso de um menor de 18 anos ao armamento. Além disso, o pai também responde por posse ilegal de arma, já que o revólver calibre 32 não tinha registro, e também por receptação, pois a arma havia sido roubada.

O advogado do acusado, Flávio Laureci Luccas, não quis comentar o caso, que corre em segredo de Justiça. Por esse motivo e para preservar a identidade da criança, o nome do pai do menino não é revelado pela Justiça.

Polícia não descarta versão de que menino levou tiro na casa de amigo

Recentemente, uma das perícias solicitadas pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) indicou que havia resquícios de pólvora nas mãos do amigo de Lazaro, confirmando o seu segundo depoimento, de que foi ele o responsável pelo disparo.

- A família está bem abalada. Esperávamos que pudesse haver uma terceira pessoa na cena, não acreditando que uma criança de 9 anos pudesse ter feito aquilo sozinha - afirma Tiago Souza, advogado da família de Lazaro.

O CASO
Lazaro foi encontrado caído, já sem vida, no pátio da casa do amigo, no dia 19 de junho de 2018, no Bairro Caturrita. Ele tinha marca de disparo de arma de fogo em um dos olhos. A Polícia Civil passou a investigar a morte do menino depois que o amigo contou que ele já havia chegado ferido no local. Entretanto, a versão contada pelo amigo, de que Lazaro foi pedir socorro em sua casa, foi contestada pela família da vítima, que acreditava que Lazaro havia sido baleado dentro da casa do amigo.

O amigo dele acabou confessando que queria mostrar o revólver para Lazaro e, por acidente, disparou. Ele contou, então, que arrastou o amigo para fora da casa, limpou o sangue com panos de prato e os jogou fora. Ele relatou que mentiu no primeiro depoimento porque teve muito medo que os pais fossem presos.

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