Defesa ingressa com pedido de liberdade do ex-vereador Marion Mortari, suspeito de participação em furto a joalheria

Pablo Iglesias

O escritório de advocacia que está atuando na defesa do ex-vereador Marion Mortari, preso em uma operação que investiga um furto de mais de R$ 12 milhões de uma joalheria em Ijuí, protocolou na noite de quinta-feira (2) um pedido de liberdade ao político. A solicitação foi encaminhada à Justiça do município do noroeste do Estado. Ele foi preso na última terça-feira (30), em Santa Maria. No dia seguinte, foi levado para a Penitenciária Modulada de Ijuí, onde ocorre a investigação.

A defesa foi até Ijuí, distante cerca de 180 quilômetros de Santa Maria, acompanhar de perto a situação. O advogado Gustavo Ribas da Silveira Flores, diz que o pedido de liberdade foi feito com base no estado de saúde de Marion, que sofre de um quadro clínico de depressão.

- Ele está muito abalado e debilitado com toda essa situação. - informa.


ex-vereador está preso na Penitenciária Modulada de IjuíFoto: Google Maps


Também foi feito um pedido de prisão domiciliar, caso a liberdade não seja concedida, para que Marion possa ficar próximo da família, em Santa Maria.

O furto à ótica e joalheria Wolff, no centro de Ijuí, ocorreu em 28 de janeiro. A loja estava fechada no momento do roubo. O advogado sustenta a tese de que ainda não foram encontrados elementos que comprovem a real participação do político no crime.

- Até o momento, não aparece nenhuma mídia, nenhuma imagem, nenhuma foto, nada que vincule o nosso cliente (ao furto). Em nenhum momento aparece o Marion Mortari - destaca Flores.

Questionado sobre a informação de que Marion teia alugado o carro que foi usado no furto e também sobre a quebra do sigilo telemático que registrou o sinal do celular de Marion em Ijuí no dia do crime, Flores disse que, por se tratar de uma prova técnica, ele ainda não teve acesso a esses elementos.

Essa fase da investigação da Operação Áurea corre em segredo de justiça, o que tem dificultado o acesso a maiores informações por parte dos advogados de defesa, que ressaltam que ainda não há um processo, mas se trata de uma fase investigatória.

- A polícia prendeu para investigar. O Marion é o maior interessado em provar a inocência dele - diz.
candidatura

Na quinta-feira, o União Brasil decidiu remover o nome do político de sua lista de concorrentes à Câmara de Vereadores de Santa Maria. De acordo com o coordenador regional do União Brasil, Ronei Gamboa, o partido tem até 15 de agosto para formalizar as candidaturas ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Porém, por decisão Executiva Estadual do União Brasil, o nome de Marion será excluído da lista a ser enviada ao TRE. Essa decisão não será revertida.


O caso

Batizada de Operação Áurea, a ação foi desencadeada pela 1ª Delegacia de Polícia de Repressão a Roubos, do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), com o objetivo de investigar o furto à Óptica Wolff. O crime ocorreu em 28 de janeiro e resultou em um prejuízo de mais de R$ 12 milhões ao estabelecimento.

As investigações tiveram início no mesmo dia do crime. De acordo com o delegado Anselmo Cruz, da Delegacia de Roubos e Antissequestro (Dras/Deic) de Florianópolis (SC), que deu suporte à polícia gaúcha, foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão em Santa Maria e na capital catarinense, além de presos três suspeitos de envolvimento no crime. Dois foram capturados em Santa Maria, entre eles, Marion. Também foram apreendidos veículos de luxo e feito o bloqueio de contas.

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