Fotos: Arquivo Pessoal
O santa-mariense João Carlos Martins, 62 anos, trabalhou como metalúrgico por muitos anos, profissão que aprendeu na Escola Municipal Pão dos Pobres Santo Antônio, em Santa Maria. O idoso foi casado por quase cinco décadas com Alaides Rodrigues Martins, 56 anos. Ele era pai de Jean Carlos, 35 anos, Ana Carla, 32, e Jaderson Martins, 28, e avô de João Otávio, 7, Erick, 5, e de Manuela, 10 meses.
No dia a dia, Martins se entretinha com os cuidados do jardim, mantendo o gramado e a horta impecáveis. Para ele, o zelo com o pátio era fundamental, bem como o carinho com os cães de estimação, o pug Joãozinho, o yorkshire Guri e o poodle Alking.
Para a Ana Clara, o cuidado de Martins com a casa e com os animais era um exemplo para todos. Porém, ela ressalta que o maior dom dele era o de ser avô:
- Os netos eram os xodós do pai. Ele não nos deixava colocar as crianças em creches. Adorava cuidar deles para que pudéssemos trabalhar. Ajudou na criação dos mais velhos e já fazia planos para cuidar da Manu.
Ana conta, ainda, que Martins adorava tanto agradar os netos que, quando o mais velho, João, nasceu, ele construiu uma pracinha para o pequeno brincar.
Martins também deixou um exemplo de valor à família. A filha comenta que Alaíde tinha 18 anos quando foi pedida em casamento por Martins. Desde então, nunca ficaram longe um do outro. Hoje, abalada com a perda do marido, Alaide se conforta na companhia dos filhos e dos netos.
O primogênito Jean Carlos menciona o apoio incondicional do pai, principalmente com a educação das crianças.
- O pai viajava muito a trabalho. Quando ele chegava em casa, não saía da volta da gente. Só tenho a agradecer pelo pai que tive - diz Jean Carlos.
Brincalhão, amigo para todas as horas e solidário, Martins era aquela pessoa disposta a ajudar a todos. Se um vizinho o chamasse, logo se prontificava a socorrer.
- Trocar uma lâmpada ou consertar a rede elétrica. Essas eram algumas das funções que ele gostava de fazer. O pai ficava muito feliz em ajudar as pessoas - emociona-se Ana.
Entre outros hábitos que marcam as lembranças da família de Martins, está o velho e bom cafezinho que ele não dispensava por nada. Alaides deixava uma térmica pronta todos os dias. Para ele, qualquer momento era ideal para tomar a bebida ou oferecer a quem chegasse na casa onde morava:
- Fica a saudade dos churrascos aos finais de semana e dos cabelos brancos do meu pai, que mais pareciam algodão. Ele nos ensinou a lutar por nossos sonhos.
Martins se sentiu mal na tarde do dia 8 de agosto e foi encaminhado ao Hospital Universitário de Santa Maria. Ele faleceu no mesmo dia, por volta das às 23h, em decorrência de um infarto. O metalúrgico foi sepultado no dia seguinte, no Cemitério Ecumênico Municipal, em Santa Maria.
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