Solidariedade

Vizinhas se unem para fazer enxovais de bebês para doar

Cassiano Cavalheiro

"Se somos todos irmãos, o que estamos fazendo para ajudar o próximo?". O questionamento é de Rose Bertelli Braunstein, 75 anos. Ela cresceu vendo os pais praticando solidariedade em Caxias do Sul. Mudou-se para Santa Maria há mais de 50 anos e, na cidade, sempre se preocupou em praticar o que aprendeu em casa. Há quatro anos, ela usa suas habilidades artesanais no tricô, outra herança familiar, para ajudar quem precisa. Desde então, as mães que dão à luz no hospital Casa da Saúde e que têm dificuldades financeiras passaram a receber um kit de enxoval para seus bebês.

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Rose começou a produzir sozinha, mas, aos poucos, ganhou reforço. Atualmente, um grupo de até 15 senhoras se reúne quinzenalmente, no Edifício Guanabara, onde a maioria mora, para produzir as peças de roupa, organizar as caixas e traçar metas de arrecadação. Em média, 30 kits são doados à Casa de Saúde por mês. A caixa é composta por casaquinhos, camisetinhas, calças, tip tops, meias, touca, manta, lençol, edredom e produtos de higiene para os bebês. O segredo do sucesso da atividade é a dedicação e o entrosamento do grupo, acredita Rose. Segundo ela, todas as voluntárias estão na mesma sintonia, com o propósito de fazer a diferença, primando pelo capricho.

Foto: Charles Guerra / Newco SM

– A partir do momento em que eu me disponho a fazer caridade, faço como se fosse para mim, como eu gostaria de receber. Então, é um trabalho bem acabado e primoroso nos detalhes – descreve Rose, que gostaria que moradores de outros prédios se inspirassem na iniciativa e também organizassem ações solidárias em seus condomínios. 

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Recentemente, o grupo de voluntárias do Edifício Guanabara ganhou um certificado de Amigos da Casa de Saúde como homenagem. O reconhecimento emocionou as voluntárias, que estão ainda mais animadas em continuar o trabalho.

– Eu já tenho 75 anos, mas tenho muita disposição. Quero continuar fazendo o bem e contando com a ajuda de quem abraçar essa causa. Pois, apesar de muita gente não acreditar, existe, sim, muita gente solidária – conclui Rose. 

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Além de produzir as peças em tricô, o grupo também aceita doação e compra peças em brechós para formar os conjuntos. Todas as roupinhas passam por um processo de limpeza e higienização antes de compor o kit. O grupo também reutiliza lã de blusões antigos que são doados. Nesse caso, as voluntárias desmancham o agasalho e produzem novas peças em tamanhos menores. Depois, as peças passam pelo processo de lavagem e secagem e são entregues aos pequenos donos. 

Foto: Charles Guerra / Newco SM

As voluntárias também se tornaram amigas. No encontro quinzenal, além de produzir e montar os kits, elas se reencontram para conversar, tomar chá e socializar. Segundo Rose, ninguém é obrigado a ter assiduidade. O número de participantes varia. Já houve encontro com cinco, e outros com até 15 pessoas. Mas o importante para todas, que mantém contato ao longo do mês, é que os kits sejam sempre finalizados e entregues mensalmente às mamães e seus bebês. 

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Para tanto, as tarefas são divididas. Algumas fazem as compras nos brechós. Outras produzem as peças em tricô, enquanto quem não se dá bem com as agulhas fica responsável pelo arremate. Quando necessário, até os maridos auxiliam pregando botões, conta Rose:

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– Tem voluntária que nunca havia feito tricô na vida, nem o ponto comum. Mas, depois de muito empenho e vontade de aprender para ajudar, hoje, confecciona maravilhas. As peças são muito bonitas. Isso prova que todas as pessoas têm o seu valor, basta desenvolver.

PARA AJUDAR

O quê – Enxovais Bebê da Casa de Saúde
Como ajudar – Doando lãs, blusões de lã (para desmanche), roupas infantis, fraldas, produtos de higiene para bebês
Informações – Pela página do Facebook ¿Enxovais Bebê da Casa de Saúde¿ ou pelo telefone (55) 3026-5849.

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