Foto: Renan Mattos (Diário)
O termo Ópera Rock surgiu no fim dos anos 1960, na Inglaterra, e se popularizou na dácada seguinte com David Bowie, Queen e Pink Floyd, que fizeram obras contando histórias com início, meio e fim. O gênero se espalhou, e temos em Faroeste Caboclo e Eduardo e Mônica, da Legião Urbana, exemplos de sucesso no Brasil. A banda santa-mariense Mantras Molotov, formada por Tom Pessoa (voz e violão), Marcelo Marinho (guitarra e baixo) e Henrique Goulart (bateria) lança a parte final de sua ópera sonora Marionete Quebrada Vol. 2, que tem quatro faixas. O projeto começou em 2018 com a primeira parte, o Marionete Quebrada Vol. 1, que também conta com quatro faixas. A obra está disponível em todas as plataformas de streaming.
MÚSICA E CINEMAO vocalista, Tom Pessoa, conta que a obra foi pensada como se fosse o roteiro de uma grande franquia do cinema:
– Sou fã da saga Star Wars e me inspirei na Jornada do Herói, de Joseph Campbel, trazendo como pano de fundo da obra a temática da queda e da redenção para abordar questões políticas, filosóficas e espirituais da contemporaneidade. Sou filósofo e ambientalista, e busco com esta narrativa, diagnosticar e remediar ao mesmo tempo a realidade distópica que se apresenta neste início de século 21.
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NOVO ROCK Tom afirma que a banda passou a se conceituar como Rock de Rezo. Pois não se trata apenas de apontar problemas e externar uma inconformidade com o que se apresenta. Mas, sim, também apresentar ao público um sentimento de esperança e de certeza na vitória de todos que lutam por uma humanidade mais justa, igualitária e pacífica:
– A palavra “rezo” vem da cultura Ayahuasca, na qual estou imerso há quase 10 anos. Encontrei nesta forma de espiritualidade a força e as respostas que precisava para concretizar minha obra e entregar ao público o testemunho de uma jornada de autoconhecimento e cura. Expandi o horizonte de minhas considerações para o âmbito planetário, fazendo com que a narrativa tenha um apelo universal, assim como no cinema.
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Para Tom, apresentar uma outra cultura ao público do rock e da música pop como um todo não é tarefa fácil, pois parece que há uma forma dominante de narrativa que diz que se você não falar de coisas simplórias do cotidiano e de sentimentos, a sua música não vai causar uma identificação com o público.
– É um imersão em um universo mais amplo, onde acontecimentos mágicos, curas xamânicas, Orixás e plantas enteógenas determinam o rumo dos acontecimentos e ajudam a quebrar pensamentos habituais, fazendo com que a verdadeira transformação aconteça. Mas claro, sem pretender salvar ninguém, e nem tampouco fazendo proselitismo de fé. Mas anseio manifestar aquilo que aprendi e compartilhar minhas visões com um público que está, ao meu ver, precisando de frescor e de mensagens que tragam elevação neste momento de tamanha densidade e tristeza aqui no Brasil – finaliza o músico que já trabalha em seu primeiro disco solo, que contará com 11 faixas autorais.