grãos de ouro

VÍDEO: em 11 anos, área cultivada da soja quase triplica na Região Central

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Foto: Pedro Piegas (Diário)

Com uma área plantada de 1,050 milhão de hectares, a Região Central terá um incremento de 2,24% no território destinado à produção de soja na safra 2021/2022. Se comparada à área cultivada há 11 anos, a projeção indica que o tamanho das lavouras quase triplicou: em 2010, eram de 370 mil hectares. Preço, rentabilidade e uso de novas tecnologias estão entre os fatores que contribuem para o avanço do chamado "grão de ouro".


A nível estadual, os números de estimativa da próxima safra, divulgados pela Emater, indicam que a produção gaúcha de culturas de verão (soja, milho, arroz e feijão) deverá chegar a 33 milhões de toneladas, um aumento de 1,69% em relação ao período anterior. Se confirmada a projeção, a produção total de grãos irá superar a de 2017, a maior safra da história no Rio Grande do Sul. A Emater destaca que essa estimativa inicial é baseada na tendência apresentada pelas produtividades médias municipais registradas ao longo dos últimos 10 anos. 

Dentre as principais culturas, a maior elevação prevista está na cultura da soja, onde a Emater espera uma colheita de 19,7 milhões de toneladas no Rio Grande do Sul, o que representa aumento de 6,81% ante a safra passada. A área do grão deve chegar a 5,956 milhões de hectares. A região de Santa Maria é responsável por cerca de 17% desse total, com duas das maiores cidades produtoras do Estado: Tupanciretã e Júlio de Castilhos.

- São 35 municípios que integram a regional de Santa Maria. Junto com a região de Bagé, é a área com crescimento mais exponencial da soja nos últimos anos - explica o engenheiro agrônomo da regional da Emater, Luis Fernando Oliveira

AUMENTO NA ÁREA
O professor do curso de Agronomia da UFSM Alencar Zanon considera que a rentabilidade é um dos principais atrativos para o aumento da área. O preço pago pela saca mais do que dobrou em dois anos. Atualmente, a média está em R$ 154 na região. 

- Vivemos um momento de otimismo muito grande, em virtude dos preços praticados atualmente. Com muito investimento, buscando novas tecnologias para aumentar a produtividade, a rentabilidade aumentou - afirma.

Programa municipal buscar garantir emprego a pessoas em situação de risco

Porém, com o aumento do preço do grão, houve um acréscimo significativo nos valores dos insumos, como adubos. Os combustíveis, necessários para o maquinário agrícola e também para os caminhões que fazem o escoamento, também subiram de valores. O litro do óleo diesel subiu mais de 20% em 2021.

- Não dá olhar somente os ganhos, é necessário olhar os custos. Os adubos, por exemplo, dobraram de preço da última safra até agora. O cenário é de escassez de mão de obra. A mecanização e a tecnologia estão entrando de forma muito rápida, seja no trator, na colheitadeira. Com isso, aumenta-se a área cultivada por pessoa, mas tem um custo maior. É preciso haver um balanço, um aumento de ganho para que continue rentável e sustentável, já que a agropecuária é uma área de risco - observa Luis Fernando Oliveira, da Emater.  

NA REGIÃO - ÁREA PLANTADA

  • Soja - 1.050.000 hectares 
  • Milho - 48.015 hectares
  • Arroz - 126.958 hectares
  • Feijão - 1.873 hectares

PREVISÃO CLIMÁTICA
A chuva é o principal elemento que influi no sucesso das lavouras. Dependente do clima, chuvas bem distribuídas podem resultar em safra recorde na agricultura, como a última. Mas, por outro lado, a escassez hídrica pode causar perdas gigantescas, como na colheita de 2019/2020, quando 57% da produção de grãos foi perdida, nesta que foi considerada a pior seca da história para a agricultura

Especialistas indicam que as condições meteorológicas para a próxima safra serão semelhantes as da última, o que causa otimismo aos produtores. O mês de setembro terá bastante chuva. Já os meses de outubro, novembro e dezembro, que terão influência do fenômeno La Niña, tendem a ter chuva abaixo do normal. Isso significa que as janelas de semeadura vão ser mais curtas.

- Isso requer algumas estratégias de manejo. O produtor precisa estar com o maquinário em dia, para que, quando houver a janela, consiga logo iniciar a semeadura, já que terá um tempo menor para implementar a lavoura. Também é interessante escalonar a época de semeadura para que toda lavoura não floresça no mesmo período, para não correr o risco de uma intempérie prejudicar toda a plantação - recomenda o professor Alencar Zanon.

Segundo o engenheiro agrônomo Luis Fernando, pouca chuva nos meses de novembro e dezembro prejudica o estabelecimento da lavoura, ou seja, o número de plantas que vão nascer, tendo o potencial produtivo prejudicado. 

- Neste cenário de que possa haver falta de chuva a partir do próximo mês, é preciso semear a lavoura para que o cenário mais sensível não coincida dentro deste período em que vai faltar água. É bom cuidar para que as lavouras entrem em floração no final de dezembro e início de janeiro, quando as condições estarão melhores, para que não hajam perdas - analisa. 

Já os meses de janeiro e fevereiro devem ter chuva em maior regularidade.

PLANTIO JÁ TEVE INÍCIO
O plantio da soja este ano começou no último dia 13, quase um mês antes do previsto. O calendário da semeadura do grão no Rio Grande do foi definido pelo Ministério da Agricultura como forma de evitar a ferrugem asiática, uma praga da soja.

ÁREA DE SOJA POR MUNICÍPIO

  • Agudo - 1.310 hectares 
  • Cacequi - 38.000  hectares 
  • Cachoeira do Sul - 108.220 hectares 
  • Capão do Cipó - 63.510 hectares 
  • Cerro Branco - 1.350 hectares 
  • Dilermando de Aguiar - 26.000 hectares 
  • Dona Francisca - 550 hectares 
  • Faxinal do Soturno - 1.800 hectares 
  • Formigueiro - 13.000 hectares 
  • Itaara - 3.100 hectares 
  • Ivorá - 3.700 hectares 
  • Jaguari - 12.000 hectares 
  • Jari - 50.000 hectares 
  • Júlio de Castilhos - 100.000 hectares 
  • Mata - 3.200 hectares 
  • Nova Esperança do Sul - 4.350 hectares 
  • Nova Palma - 10.000 hectares 
  • Novo Cabrais - 6.700 hectares 
  • Paraíso do Sul - 3.100 hectares 
  • Pinhal Grande - 20.900 hectares 
  • Quevedos - 28.000 hectares 
  • Restinga Seca - 27.000 hectares 
  • Santa Maria - 49.900 hectares 
  • Santiago - 52.500 hectares 
  • São Francisco de Assis - 58.500 hectares 
  • São João do Polêsine - 700 hectares 
  • São Martinho da Serra - 64.000 hectares 
  • São Pedro do Sul - 18.000 hectares 
  • São Sepé - 65.000 hectares 
  • São Vicente do Sul - 38.000 hectares 
  • Silveira Martins - 4.500 hectares 
  • Toropi - 2.550 hectares 
  • Tupanciretã - 149.100 hectares 
  • Unistalda - 12.000 hectares 
  • Vila Nova do Sul - 13.000 hectares 
    Fonte: Emater

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