Rosário do Sul

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Carmen Xavier

Teve chuva, sol, ventania e lama, muita lama. Tudo isso contribuiu para que o maior exercício militar do sul do Brasil fosse realizado na última semana, no Campo de Instrução Barão de São Borja – Saicã, em Rosário do Sul.

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A Operação Ibicuí, coordenada pela 3ª Divisão de Exército, com sede em Santa Maria, começou no dia 16 de outubro e foi concluída no sábado. Esse foi o maior treinamento militar do Sul do país desde 2014, quando foi publicado o decreto que alterava a área de abrangência da 3ª DE, ampliando seu efetivo, o número de organizações subordinadas e, também, os recursos de combate.

O objetivo da operação foi capacitar os comandos de grandes unidades – as brigadas –, finalizando o período de treinamentos que começou em março, com a incorporação dos recrutas.

– Ao longo do ano, realizamos exercícios que começam de forma individual, com a capacitação básica dos soldados. Após, ocorre o treinamento de esquadrões e batalhões para, agora, atuarmos em um nível maior, envolvendo todos os escalões subordinados à divisão – explicou o comandante da 3ª DE, general Marcos Antonio Amaro dos Santos.

Para que os conhecimentos fossem testados, a Operação Ibicuí contou com ações táticas no terreno (campo), com a utilização de material característico de cada uma das organizações militares de tropas blindadas e mecanizadas, além de ações de apoio ao combate, o que envolve a logística e o suporte às atividades – transporte, alimentação e infraestrutura, por exemplo.

FINALIDADE

 SANTA MARIA, RS, BRASIL. 20/10/2017.Operação Ibicuí, SaicãFOTO: GABRIEL HAESBAERT / NEWCO DSM
Comandante da 3ª DE, general Marcos Antonio Amaro dos Santos, coordenou o exercícioFoto: Gabriel Haesbaert / NewCO DSM

De acordo com o general Amaro, esse tipo de manobra tem como objetivo preparar as tropas para atuarem em defesa do território nacional. Mas, os participantes também acabam se preparando para outras possíveis situações que não estão diretamente ligadas à ação militar. Durante o exercício, são considerados casos de transporte de refugiados, impactos ambientais e atendimento a feridos.

– São questões que não estão ligadas diretamente ao treinamento militar, ao seu preparo operacional, mas que fazem parte de nossas atividades de apoio à comunidade e são levadas em conta no planejamento das ações – avaliou o comandante.

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Para o chefe do Centro de Coordenação Operacional do Comando Militar do Sul, general Carlos José Russo Assumpção Penteado, a Operação Ibicuí é a consolidação do treinamento avançado de todos os níveis operacionais do Exército. A manobra também é resultado do Contrato de Objetivos 2017, firmado no final do ano passado e que define as estratégias e as ações consideradas prioritárias de acordo com cada meta estabelecida.

– Atualmente, a 3ª DE tem o maior poder de fogo do Exército Brasileiro. E, nesse sentido, a tropa precisa estar preparada. Esse exercício completa o ciclo de treinamento, permitindo que possamos verificar os sistemas utilizados nos diferentes níveis e pelas diferentes formas de combate – destacou o chefe do Ccop.

O EXÉRCITO E OS TEMPORAIS

 SANTA MARIA, RS, BRASIL. 20/10/2017.Operação Ibicuí, SaicãFOTO: GABRIEL HAESBAERT / NEWCO DSM
Em campo, os militares treinaram o planejamento, a execução e a avaliação de ações de combateFoto: Gabriel Haesbaert / NewCO DSM

Durante a realização da Operação Ibicuí, um temporal atingiu diversas cidades do Estado, principalmente a Região Central. Com forte presença militar na região, e mesmo com boa parte do efetivo deslocado para o exercício em Saicã, a maioria dos municípios atingidos não chegou a acionar a ajuda militar. Isso porque, segundo o comandante da 3ª Divisão de Exército, general Marco Antonio Amaro dos Santos, não houve registros de alagamentos, tipo de ocorrência que exige maior apoio dos quartéis para o transporte de pessoas atingidas e para a retirada de móveis e eletrodomésticos das casas afetadas. Com relação ao temporal da madrugada da última quinta-feira, os militares prestaram apoio na retirada de árvores caídas em alguns municípios da região.

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– Os ventos fortes derrubaram árvores e destelharam casas. Como, logo após, o tempo colaborou, as pessoas começaram a consertar os estragos – explicou.

TECNOLOGIA EM CAMPO

 SANTA MARIA, RS, BRASIL. 20/10/2017.Operação Ibicuí, SaicãFOTO: GABRIEL HAESBAERT / NEWCO DSM
Sistema Astros 2020 veio de Goiás para apoiar o exercício. Programa conta com a parceria da Universidade Federal de Santa MariaFoto: Gabriel Haesbaert / NewCO DSM

Um dos diferenciais da Operação Ibicuí foi a participação do 6º Grupo de Mísseis e Foguetes (6º GMF), localizado em Formosa, Goiás, única unidade do país que possui o Sistema Astros 2020. Cerca de 75 militares e 19 viaturas viajaram por cerca de cinco dias até a região central do Rio Grande do Sul, percorrendo 2,6 mil quilômetros de distância, para fazer parte do exercício. O equipamento é um sistema de lançadores múltiplos de foguetes fabricado pela empresa brasileira Avibras. Permite o lançamento de foguetes em distâncias de até 300 km. Esse sistema foi desenvolvido ainda na década de 80, e foi utilizado na Guerra do Golfo, na década de 90.

Hoje, o Astros passa por um processo de modernização. Desde 2012, foi implantado um programa que contempla projetos de pesquisa e desenvolvimento, de aquisição e modernização de viaturas do Sistema Astros e de construção de instalações de organizações militares. Uma das etapas inclui a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), que, em parceria com o Exército, está desenvolvendo o Sistema Integrado de Simulação Astros (SIS-Astros), com previsão de ser concluído em 2020.

 SANTA MARIA, RS, BRASIL. 20/10/2017.Operação Ibicuí, SaicãFOTO: GABRIEL HAESBAERT / NEWCO DSM
Antes do lançamento, militares fazem uma sondagem meteorológica para coletar dados e direcionar os foguetesFoto: Gabriel Haesbaert / NewCO DSM

Segundo o comandante do 6º GMF, tenente-coronel Elson Lyra Leal, foram utilizados, na Operação Ibicuí, dois lançadores de foguetes, com dois modelos diferentes de munição. Um deles lançou 32 foguetes do modelo SS-30, e, outro, 16 foguetes SS-40. Em Saicã, eles percorreram aproximadamente 24 quilômetros até atingirem os alvos estabelecidos. Antes dos lançamentos, os militares utilizam um equipamento que faz a sondagem meteorológica, ou seja, são coletadas informações sobre as condições do clima, velocidade e direção do vento e pressão atmosférica. Com isso, os atiradores configuram o sistema para direcionar o lançamento dos foguetes.

Esse é considerado um apoio de fogo importante, já que pode ser empregado para abater alvos de grande importância, além de alvos estratégicos.

PARTICIPANTES

 SANTA MARIA, RS, BRASIL. 20/10/2017.Operação Ibicuí, SaicãFOTO: GABRIEL HAESBAERT / NEWCO DSM
Militares de várias regiões do Estado e de outras partes do Brasil participaram da maior operação do Sul do país desde 2014Foto: Gabriel Haesbaert / NewCO DSM

O exercício envolveu a participação de tropas e viaturas de várias regiões do Estado e, também, do país. Esta edição contou com a presença de militares do Comando da 3ª Divisão de Exército (Santa Maria), 1ª Brigada de Cavalaria Mecanizada (Santiago), 2ª Brigada de Cavalaria Mecanizada (Uruguaiana), 3ª Brigada de Cavalaria Mecanizada (Bagé), 6ª Brigada de Infantaria Blindada (Santa Maria), Artilharia Divisionária (Cruz Alta), 4º Grupamento de Engenharia (Porto Alegre), Centro de Adestramento Sul (Santa Maria), 1° Batalhão de Comunicações (Santo Ângelo), 6º Grupo de Mísseis e Foguetes (Formosa/GO) e da Ala-4 da Força Aérea Brasileira (Santa Maria).

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