Amor especial

Veterinárias dão dicas para quem quer adotar ou já adotou um pet com deficiência

Luisa Neves

Na hora de levar um pet para casa, a maioria das pessoas prefere filhotes e animaizinhos saudáveis. Imagina-se, assim, que é mais fácil de cuidar, afinal, é só manter comida e vacina em dia. Porém, é importante saber que existem muitos bichinhos adultos, idosos ou com necessidades especiais que precisam de um lar. Alguns estão abrigados em lares temporários, à espera de um dono. Outros estão nas ruas mesmo, lutando para sobreviver. 

A atendente comercial Bruna Goñi não pensou duas vezes quando conheceu o salsichinha Tody. Ela conta que trabalhava em uma pet quando ouviu a conversa de uma colega com um casal sobre dois filhotes cegos:

– O casal mencionava que a cegueira foi consequência do cruzamento dos pais do Tody, que eram parentes muito próximos. Corri até o carro deles para conhecer a dupla. Resultado? Amor à primeira vista.

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Bruna, que já tinha cinco cachorros, ficou com medo da reação do marido, Gregor Pomnitz, quando ela chegasse em casa com mais um pet. Para a alegria dela, ele abriu um grande sorriso ao conhecer o novo integrante da família.

– Nunca coloquei limites para o Tody. Ensinei-o a ser independente e o trato da mesma forma que cuido dos outros bichos da casa. Às vezes, ele se bate em alguma coisa, o que é normal. Mas, é só na primeira vez. Na próxima, já domina o espaço. É muito esperto – elogia Bruna que também adotou Mike, um filhote de dois meses que não escuta.

Preocupada com o desenvolvimento dos dois, ela faz acompanhamento com especialistas regularmente:

– Eles só precisam de uma oportunidade para mostrar o seu potencial.

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A médica veterinária Cristian Raquel Alves, de Santa Maria, ressalta que tutores de animais especiais devem estar dispostos a, além de cuidar e dar carinho, investir no ambiente e em consultas frequentes ao veterinário. Ela destaca que, em aspectos gerais, eles são tão tranquilos e amorosos quanto outros pets. 

SOCORRO E CUIDADO 

Guerreiro foi atropelado, conseguiu se salvar e encontrou um lar Foto: Arquivo pessoal / Arquivo pessoal

Adotar animais especiais também é escolher cuidar dos que estão doentes ou em vulnerabilidade, como no caso de Guerreiro que foi socorrido quando mais precisou. Em dezembro de 2015, ele foi atropelado e ficou muito machucado.

– O Guerreiro estava muito mal. Teve que passar por várias cirurgias. Foram meses de internação e curativos, mas ele resistiu e, hoje, é o nosso amor incondicional. Quando a gente adota, independentemente de o pet ser especial ou não, temos a responsabilidade de dar atenção, carinho e boas condições de vida. Adotar é muito bom – diz a comerciária Clarissa Tauchen, que tem quatro gatos e três cachorros em casa, todos adotados.

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Segundo a médica veterinária Kássia Ratslass, da pestshop Beleza Animal, de Santa Maria, a adaptação de um bichinho de estimação com deficiência diz mais respeito ao tutor do que ao próprio bicho. Ela ressalta que cuidar da infraestrutura do ambiente em que o animal vai ficar é o primeiro passo para cuidar bem deste membro da família mais do que especial.

 

Desde menina, Clarissa Tauchen abraça e defende a causa dos animais. Ela tem 7 cães Foto: Arquivo pessoal / Arquivo pessoal

COMO CUIDAR DE PETS COM DEFICIÊNCIA

Conforto – Escolha camas e acessórios confortáveis para eles

Segurança – Cães idosos, cegos ou com lesões na coluna precisam contar com um espaço seguro e com a supervisão dos tutores, principalmente casos de degraus, sacadas ou de fácil acesso à rua

Higiene – Como os pets com lesão na coluna têm dificuldade em controlar a urina e as fezes, o ideal é o uso de fraldinhas adequadas para eles

Rotina – Evite a troca constante de objetos e móveis em casa. Os animais com deficiência visual sofrem com mudanças, pois costumam decorar os lugares para não se baterem

Ajuda para urinar – Geralmente, os pets com problemas de coluna precisam de compressão na bexiga para conseguir urinar

Cadeirantes – As cadeiras de rodas devem ser usadas só para passeios e para locomoção diária, mas não o tempo todo, para eles poderem dormir

Proteção dos membros posteriores – Se o animal precisa rastejar para se locomover, use proteções, podem ser ataduras, para que os membros não fiquem lesionados no atrito com o chão

Relacionamento – Fique atento ao convívio entre pets com deficiência e outros animais da casa. Crianças e visitas também devem ser avisadas

Amor e cuidado – Estes são fundamentais. Não podem faltar

Fontes: Cristian Raquel e Kássia Ratlass

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