Preparação

Vai fazer Enem? As férias de inverno podem (e devem) ser de estudo

Joyce Noronha

As férias de inverno estão próximas para as escolas municipais, estaduais e particulares, e os estudantes pensam em como vão aproveitar o período de descanso. Mas, essa parada também preocupa alguns alunos, como os que vão fazer o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em novembro.

Tem gente que está há muitos meses, ou até anos, se preparando com afinco para a avaliação, e vê, no recesso de inverno, uma interrupção no cronograma de estudos. Contudo, é possível seguir com a rotina, sem perder o foco, e também descansar.

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É o que pretende fazer a estudante do 3º ano do Ensino Médio Jacinta Antoniolli Testa, 17 anos, que deve voltar a sua terra natal, Fagundes Varela, na região oeste do Estado, para visitar os pais. Porém, a jovem afirma que quer seguir com a agenda de acordar cedo e estudar por duas horas, para não perder o pique.

– Acho que, se eu acordar tarde, vai ser difícil retomar a rotina de acordar cedo quando as aulas voltarem. E também quero seguir estudando para não deixar conteúdo para trás – comenta.

Jacinta está acostumada a manter suas regras de estudo e descanso bem definidas. Ela saiu de casa aos 14 anos, quando se mudou para Santa Maria, para fazer o Ensino Médio. A jovem não tem aulas em cursos preparatórios, mas garante que estuda muito bem para o Enem e, inclusive, foi aprovada em vestibulares de inverno de cidades gaúchas.

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No Centro Universitário Franciscano (Unifra), ficou em primeiro lugar no processo seletivo para o curso de Psicologia. Embora não possa cursar, porque precisa concluir o Ensino Médio, Jacinta diz que ficou muito feliz com as aprovações, principalmente, pelas colocações que alcançou.

Ainda assim, a estudante diz que o foco está na preparação para o Enem e os vestibulares de verão. 

Equilíbrio

A diretora pedagógica da 8ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), Danizete Zacarias Silva, comenta que é importante manter a rotina de estudos durante o recesso de inverno, mas, balanceando os momentos de descanso com "a cara nos livros". Ela sugere que o aluno não estude mais do que está acostumado, e que, se o jovem for viajar, aproveite para visitar museus e parques.

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– Quando o aluno visita um parque florestal, pode rever conceitos de biologia. Os conteúdos não acabam em sala de aula. Tudo o que acontece no mundo está relacionado aos ensinamentos da escola– exemplifica.

A jovem planeja viajar durante as férias, para visitar os pais, mas garante que o cronograma de estudos não vai mudar Foto: Charles Guerra / New Co

Danizete ainda reforça que interdisciplinaridade e contextualização são fundamentais para ter um bom desempenho nas provas do Enem.

Psicopedagoga diz que a rotina vai além dos estudos

A psicóloga de adolescentes e psicopedagoga Ana Alice de Moraes, 59 anos, orienta aos jovens que mantenham o ritmo de estudos, mas, que cuidem outros pontos dessa rotina, como alimentação e as horas de sono. Manter hábitos saudáveis faz com que as horas de estudo rendam mais, e que os estudantes fixem melhor o conteúdo.

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Para a especialista, fazer pequenos intervalos de 5 a 10 minutos a cada hora de estudo também é benéfico, mas, esse tempo deve estar sempre previsto no cronograma e deve ser planejado antes do jovem começar a estudar.

– É nesses momentos que o aluno vai até à cozinha para tomar água, ou vai ao banheiro, ou se alongará um pouco depois de tanto tempo na mesma posição. Esses minutinhos não são para olhar o celular ou as redes sociais. É apenas uma pequena pausa para voltar com mais foco aos estudos – explica Ana Alice.

Lugar certo

Além da dica das pequenas pausas, a psicopedagoga sugere que o estudante tenha um lugar certo para estudar, que não pode ser a cozinha, nem o quarto. Segundo Ana Alice, esses são locais que o jovem usa para comer ou dormir, então, é a isso que o cérebro vai remeter quando o adolescente estiver parado naquele espaço. Assim, ficará com vontade de comer o tempo todo ou de dormir.

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A psicóloga explica que o ideal é um lugar com mesa, os materiais necessários e longe de ruídos.

E, como comentou a diretora pedagógica da 8ª CRE, a psicopedagoga concorda que é importante equilibrar momentos de estudo com descanso e diversão.


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