Um hospital como referência estadual, mais médicos, leitos e infraestrutura. Contratos do SUS com uma abrangência maior de pacientes. Filas e listas que não deixem a comunidade por dias ou horas à espera de atendimento. O ano de 2013 começou com promessas de melhorias na saúde na Região Central. Resta saber se as expectativas para 2014 irão se concretizar, ou teremos novos capítulos de novelas sem fim.
Com um forte golpe sofrido em 2013, a partir da possibilidade de perda da filantropia, o Hospital de Caridade ainda aguarda recurso junto ao Ministério da Saúde para avaliar se mantem serviços gratuitos essenciais à comunidade. Um novo contrato pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que prevê tratamentos de alta complexidade (oncologia, radioterapia e cardiologia) no Hospital Alcides Brum - unidade do Caridade que atende pelo SUS -, além de ajustes nos atuais serviços de urologia, traumatologia e neurologia, está sendo encaminhado. Conforme o provedor do hospital, Walter Jobim Neto, o contrato pode ser assinado nos próximos dias.
Com a parceria firmada entre o hospital e o governo do Estado, a ampliação do atendimento de média e baixa complexidade e os atendimentos de alta complexidade desafogariam os atendimentos no Hospital Universitário de Santa Maria (Husm). No último domingo, a secretária estadual de saúde, Sandra Fagundes, esteve na cidade e visitou o Caridade.
- Nós retomamos a discussão. O que falta são detalhes burocráticos, mas há expectativa de o contrato sair na próxima semana. Sempre tivemos 130 leitos à disposição do Estado, que nunca utilizou mais do que 50. Antes o pagamento era por produção, a nova proposta é pelos 130 leitos para ocupar todos - explica Jobim Neto.
Obra do regional pode demorar mais tempo
A maior esperança de sobrevida na saúde está na inauguração do hospital regional que, em 2013, passou por inúmeros percalços, como a necessidade de aditivos para o prosseguimento dos trabalhos e ainda gera dúvidas. Com o término de obras, o local será referência na área de reabilitação para todo o Estado.
A estrutura física tinha o prazo de conclusão no final de fevereiro ou início de março. Mas há a possibilidade da empresa pedir aditivo, de 60 ou 90 dias para concluir, já que alguns serviços não estão prontos, como a pintura e a pavimentação interna e a contratação de pessoal.
R$ 700 mil mensais para a UPA
Desde o início do ano, a UPA contratou 11 novos médicos e hoje conta com 29 clínicos e nove pediatras. Ao todo, a UPA conta com 130 profissionais (contabilizando funcionários do administrativo também). No ano passado, a Secretaria Municipal de Saúde encaminhou ao Ministério da Saúde uma lista com equipamentos, mas a Sefas ainda não recebeu a confirmação se receberá o repasse, no valor de R$ 200 mil.
Além disso, em 2013, a UPA foi alvo de multas por parte da prefeitura por não disponibilizar pediatria 24 horas por dia. Uma das soluções foi aumentar a verba mensal repassada à unidade, de R$ 500 mil para R$ 700 mil, o que deve acontecer ainda este ano.
CONCURSO PODE AMPLIAR ATENDIMENTO
- UPA tem 38 médicos no quadro de funcionários e cerca de 130 profissionais (entre médicos, enfermeiros e cargos administrativos)
- Ministério da Saúde deve destinar R$ 200 mil para a compra de equipamentos*
- Associação Franciscana de Assistência à Saúde (Sefas), que administra a UPA, espera contratar mais médicos. Sefas afirma que vagas estão abertas
- A partir deste mês, a UPA começaria a receber mais de R$ 700 mil (divididos entre União, Estado e município) para todos os tipos de despesa. Antes disso, o repasse era de R$ 500 mil mensais**
O que é dúvida
* Data de chegada dos equipamentos com recursos federais é incerta. Listagem dos aparelhos, enviada pela prefeitura, estaria sendo avaliada pelo governo federal, que ainda não confirmou repasse de R$ 200 mil para os investimentos
** A assessori