Tarifa dos táxis terá reajuste acumulado de 15% em Santa Maria

Fotos: Nathália Schneider (Diário)


Em reunião extraordinária realizada nessa terça-feira (2), o Conselho Municipal de Transportes aprovou o reajuste da tarifa dos táxis em Santa Maria. Como a última atualização dos valores tinha sido em janeiro de 2020, o reajuste ficou agora em 15% acumulados, relativos a 3,75% de reposição anual de 2020 para cá.

O valor da bandeirada em Santa Maria deverá passar para R$ 6,49. A prefeitura ainda não informou quando a nova tarifa deve entrar em vigor.


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Em entrevista ao programa F5 da Rádio CDN 93.5 FM, o presidente do Sindicato dos Taxistas (Sinditaxi), Nelson Inácio, apontou que, mesmo com o reajuste, o valor da bandeirada continuará a ser um dos menores do Estado, em cidades do porte de Santa Maria.

Ele diz que em Pelotas, o valor é de R$ 6,62, enquanto em Porto Alegre e Lajeado, de R$ 6,59. Em Canoas, de R$ 6,49, e em Santiago e Rio Grande, de R$ 6,69.

– Desde o período da pandemia, aumentou o valor das peças e da mão de obra de mecânicos em mais de 100%, por exemplo. Isso fez com que 40 taxistas deixassem de trabalhar na cidade nos últimos anos porque os preços das corridas não pagam os custos. Desses 40, pelo menos 20 já entregaram a licença de táxi para a prefeitura – explica Inácio.

Conforme o presidente do Sinditaxi, também está prevista para este ano uma modernização na legislação dos táxis em Santa Maria. Entre as mudanças, está prevista a criação de um aplicativo específico para chamar táxis, para que a categoria possa concorrer de igual para igual com os motoristas de aplicativo.

Alcemar atua há três décadas como taxista em Santa Maria


A reportagem do Diário esteve em pontos de táxi tradicionais da cidade, como em frente ao Complexo Hospitalar Astrogildo de Azevedo e na Praça dos Bombeiros, para repercutir o reajuste com os taxistas. Para eles, a reposição é necessária, apesar das reclamações que devem surgir por parte dos usuários.

Mas a categoria questiona as altas taxas e tributos que devem ser pagos à prefeitura e também o avanço dos aplicativos de transporte, serviço que ainda não paga impostos e não é regulamentado por legislação municipal.

Darci Quevedo, 57 anos, atua há 24 como taxista. Ele admite que alguns clientes fiéis irão reclamar do reajuste, mas que é necessário, porque a gasolina, por exemplo, também subiu. Ele acredita, inclusive, que o reajuste já devia ter entrado em vigor em dezembro, quando havia maior movimento na cidade:

A procura caiu bastante, mas ainda tem muita gente que prefere o táxi, até pelo valor da corrida, que é sempre fixo e não sofre alterações por causa do tempo ou horário, como nos aplicativos. E as pessoas sabem que táxi é regulamentado. Aliás, pagamos muito para a prefeitura para ter as autorizações e recebemos pouco em retorno.

Darci não vê concorrência direta com aplicativos de transporte, mas considera que eles devem ser completamente legalizados.

Para Darci Quevedo, o reajuste já deveria ter entrado em vigor no mês de dezembro

Alcemar dos Reis, 53 anos, trabalha há quase três décadas como taxista. Ele aponta que, se o usuário analisar, o impacto do reajuste não será grande. Mas para os taxistas, é uma reposição mínima que traz um acalento frente ao cenário da categoria nos últimos tempos.

– Está caótico. Tem várias pessoas que não estão querendo mais, estão entregando as licenças, por não conseguir arcar com os tributos e a manutenção do carro. O movimento até se mantém, mas se não houver uma mudança drástica por parte dos órgãos públicos, o táxi vai sumir. Eu já digo para meu filho não trabalhar com isso, por exemplo. Então é um serviço que vai sumir. O transporte coletivo recebeu grande auxílio financeiro ultimamente, por exemplo. Nós, não – finaliza o taxista.



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