As lideranças políticas e da sociedade civil de São Gabriel devem recomeçar um trabalho na tentativa de manter aberto o posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na cidade. A possibilidade de o local deixar de funcionar já foi motivo de mobilizações e pressão política em 2016.
A discussão voltou à tona com o anúncio de contingenciamento da instituição na última quarta-feira. O temor é que a unidade, que já funciona apenas 12 horas por dia em vez de 24, esteja na lista dos postos previstos para serem fechados no país. A desativação de unidades operacionais está entre as medidas anunciadas em nota oficial da PRF em âmbito nacional.
Atualmente, entre dois e três policiais trabalham no posto que funciona diariamente das 7h às 19h e eventualmente em horário diferente. Segundo Rodrigo Brendler Vieira, chefe substituto da 9ª Delegacia da PRF, com sede em Santa Maria, em grande parte do tempo, as quatro viaturas existentes na unidade de São Gabriel ficam paradas por falta de efetivo para operá-las.
– A unidade segue funcionando de forma precária há pelo menos um ano. Muitas vezes, a unidade de Caçapava do Sul presta apoio, assim como a de Santa Maria, se for preciso – explica Brendler.
O prefeito de São Gabriel, Rossano Gonçalves (PDT), diz que a permanência do posto é fundamental para o município, que recebe milhares de argentinos todos os anos no verão. Os turistas usam a BR-290 como trajeto para chegar ao Litoral Norte, e São Gabriel como ponto de parada, o que aumenta exponencialmente o fluxo de veículos na rodovia onde fica o posto da PRF.
Segundo o prefeito, "foram feitos todos os esforços, tendo sempre a garantia de que o posto não fecharia." Rossano disse que faria "nova investida na tentativa de reverter essa medida." Na sexta-feira, o prefeito encaminhou ofício à 9ª Superintendência Regional da PRF pedindo explicações.
O presidente da Câmara de Vereadores de São Gabriel, Claudiomiro Borges da Silveira (PR), também lamentou:
– Vamos tentar movimentar nossas bases políticas, que podem nos ajudar nesse momento. Já estávamos esperando isso. Fizemos moções, fomos a gabinetes de deputados. Vamos retomar essa peregrinação para ver se conseguimos reverter, mas, infelizmente, para nós, isso era dado como certo. Em Santa Maria, a PRF está atendendo apenas a casos que coloquem em risco a vida das pessoas, como acidentes com vítimas e bloqueios em rodovias.
– A orientação é que mantenhamos as viaturas nas garagens em função dos gastos com combustíveis, por causa da restrição orçamentária que afeta a polícia como um todo. Por isso, fomos orientados para fazer apenas o policiamento repressivo, e não o preventivo – explicou Brendler.
Com isso, entre quinta e sexta-feira, viaturas e policiais ficaram no posto, já que não houve nenhuma ocorrência mais grave.
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