Santa Maria apresenta baixa no índice de exames de mamografia

Com o início do Outubro Rosa, os serviços que possibilitam a prevenção e, até mesmo, o diagnóstico precoce de câncer de mama ganham destaque dentro da rede de saúde. Um dos principais exames que pode ser realizado neste processo, sendo inclusive ofertado gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), é a mamografia.

A avaliação, com duração de até 30 minutos, é feita com o auxílio de um mamógrafo – um tipo de aparelho de raio-X especial –, que permite obter imagens das mamas com alto contraste e resolução. Em Santa Maria, o Hospital Casa de Saúde é o principal prestador do serviço pelo SUS, tendo atendido mais de 11 mil mulheres nos últimos dois anos.

Em 2020, durante a pandemia de Covid-19, foram realizados apenas 300 exames do tipo no município, dentro da faixa etária preconizada pelo Ministério da Saúde, que é de 50 a 69 anos. No ano seguinte, o número apresentou uma melhora significativa, subindo para 5,4 mil.

Ainda que a tendência seja de aumento, os últimos dados apresentam outro cenário. Até agosto deste ano, cerca de 2,5 mil exames de mamografia foram realizados, o que representa uma baixa se considerarmos que faltam apenas dois meses e meio para o fim do ano.

Uma das justificativas apresentada pela coordenação da Política de Saúde da Mulher é a dificuldade em fazer contato com as pacientes, seja por não atenderem o telefone ou mudarem o contato sem atualizar o dado em uma unidade de Saúde. Confira nesta e na próxima página sobre como funciona o exame de mamografia em Santa Maria, quais são as etapas que devem ser cumpridas e em quais locais do município é possível fazer a solicitação.

Primeiro passo

Quando se fala sobre saúde da mulher, o primeiro passo envolve o conhecimento do próprio corpo. O autoexame, neste caso, implica no ato de apalpar as mamas na busca por algum sinal que não está visível, como nódulos, caroços ou lesões na pele.

Ao perceber alguma alteração, o mais indicado é buscar ajuda profissional. O Ministério da Saúde reforça que o autoexame não substitui a necessidade de consulta com um médico ou enfermeiro para a realização de um exame clínico, porque é a partir desta etapa que uma mamografia pode ser solicitada.

Fique atenta aos sinais

Durante o autoexame, a mulher deve estar atenta se há ou não a presença dos seguintes sintomas:

Lesões mamáriasCaroços (nódulos), muitas vezes, endurecidos, fixos e indoloresPele da mama avermelhadaAlteração no mamilo

*Fonte: Ministério da Saúde

O que é uma mamografia?

É um exame que consiste em um raio-X da mama, que a partir de alto contraste e resolução, permite descobrir um câncer quando o tumor ainda é pequeno.

Pelo SUS, são disponibilizados dois tipos de procedimentos: a mamografia de diagnóstico e a de rastreamento.

A mamografia de diagnóstico é indicada para avaliar alterações mamárias suspeitas em qualquer idade. Ela pode ser feita tanto por mulheres quanto por homens. Já a mamografia de rastreamento é indicada para mulheres entre 50 e 69 anos que não tenham sinais ou sintomas de câncer, devendo ser realizada a cada dois anos.

A determinação para o último tipo segue as Diretrizes para a Detecção Precoce do Câncer de Mama no país, que além dos benefícios e riscos da realização do exame, considera a orientação de que o mesmo seja realizado na menopausa.

A justificativa é de que, antes desse período, as mamas são mais densas e a sensibilidade da mamografia é reduzida, o que pode gerar resultados falso-negativos ou falsos-positivos para câncer. A deliberação busca também evitar a exposição desnecessária à radiação e à realização de mais exames.

Anualmente, o Ministério da Saúde monitora as regiões e os Estados brasileiros, divulgando os relatórios sobre os exames. Os dados de 2022 referente ao Rio Grande do Sul ainda não foram fechados. Apesar da mamografia ser um dos principais exames para diagnóstico, ele não é o único.

– Em mulheres mais jovens, com menos de 40 anos e que apresentam alterações, o ultrassom de mama é o mais indicado por conta da densidade da mama – explica a coordenadora da Política de Saúde da Mulher em Santa Maria, Bruna da Rocha.

Ela comenta que este serviço não é considerado de rotina e não conta com uma instituição prestadora pelo SUS na cidade. Entretanto, a Secretaria de Saúde recebe vagas via consórcio em clínicas privadas.