GERMANO RORATO
Morreu na manhã desta quinta-feira, 3 de novembro, o promotor de eventos e DJ Gerson Druzian, aos 70 anos. Druzian atuava produzindo e tocando em festas desde os anos 1970 e foi um dos vanguardistas como DJ em Santa Maria. De acordo com familiares, Druzian morreu em função de um câncer no pâncreas. O velório será no Cemitério Santa Rita, ainda sem horário definido e, após, o corpo será cremado. Gerson Druzian deixa a esposa, Lúcia, e duas filhas, Renata e Juliana Druzian, a última que também atua como DJ.
Atuante, Druzian ainda promovia as famosas festas “Nos Embalos de Sábado à Noite”, e, no passado, havia realizado diferentes concursos, como A Mais Bela Estudante e A Rainha do Sarau. Nas redes sociais, o irmão de Gerson, Luiz Carlos Druzian, que foi vice-prefeito de Santa Maria, e outras dezenas de familiares e amigos, lamentam a morte de Gerson e estão publicando mensagens de despedida.
Gerson Druzian fez história como DJ
No ano passado, a Revista MIX dos dias 11 e 12 de setembro trouxe a história de Gerson e de outros DJs dos anos 1970 e 1980. Na ocasião, ele recordou que, no início da década de 1970, as condições para trabalhar com som eram precárias. Era uma época em que os bailes e festas eram sonorizados por grupos musicais, os chamados conjuntos. Então, o som mecânico era praticamente o som de casa que tocava nos casamentos e aniversários:
– Naquele tempo, eu frequentava muito o Clube Santamariense e tinha uma boate que nós mesmos organizamos. A gente pegava discos emprestados, gravávamos fitas com músicas da rádio até com a vinheta no fim. Aí, eu comecei a gostar desse trabalho, de estar nas festas, essas coisas da juventude – relembrou.Organizado, Gerson contou que deixou anotado em uma caderneta todos os trabalhos realizados como DJ, desde o início da empresa. Desde 14 de novembro de 1975, foram mais de 15 mil festas e, segundo uma pesquisa feita por ele, com 46 anos, sua empresa de sonorização é a mais antiga do Rio Grande do Sul ainda em atividade.
O empresária com as melhores amigas e parceiras de vida: a filha Renata, a mulher Lúcia e a filha Luciana
Segundo as memórias do DJ, os anos 1970 foram a casa para a diversão, para as danças e para segurança:
– O clima era ótimo. As pessoas ficavam a semana inteira ensaiando os passinhos de dança. Hoje, a gente até pode ver no YouTube que a dança era mais inocente e natural, eram festas que dificilmente ocorriam brigas. O pessoal ia realmente para se divertir. As música daquela época se mantém porque tem qualidade, principalmente letra. Os maiores ídolos da música mundial surgiram nessa época no Brasil e no mundo – acredita Gerson. Gerson considerava o ABBA uma das, senão a mais importante banda da época das discotecas.
– Quase 40 anos depois, estamos realizando eventos e nunca deixei de tocar músicas do ABBA. Felizmente, eles se reuniram novamente para gravar um disco, isso é muito 10! A filha de Druzian atua como DJ há mais de 20 anos, e Gerson não evitava se vangloriar pela escolha.
– Nem precisei incentivar ela, pois ela conviveu com isso desde que nasceu. Eu vi isso acontecendo com muita alegria. Quando ela iniciou a tocar musica eletrônica, viajou e tocou em boates por todo o Brasil. Mas no pendrive do rádio do carro dela tem só música dos anos 1970 e 1980 – comenta Druzian com o orgulho de ter passado a sua sucessora, o bom gosto musical que tanto embalou as noites e dias de festa por quase meio século.
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