Ajudar o pequeno produtor no desenvolvimento da cultura do arroz, por meio da rotação de cultura. Esse é o objetivo do projeto Integrar, uma parceria do Grupo de Pesquisa em Arroz Irrigado (Gpai), da Universidade Federal de Santa Maria, com diversas entidades, como a Emater-RS, Instituto Rio-Grandense do Arroz (Irga), cooperativas como a Corteva, Cotrisel, Cotrisul, CooperAgudo e a empresa Camnpal.
Na semana passada, a equipe esteve em três municípios da Quarta Colônia (São João do Polêsine, Dona Francisca e Agudo), trocando experiências com os produtores locais. O objetivo do projeto é incentivar os pequenos agricultores, que até então cultivam basicamente arroz, para torná-los mais competitivos acessando outras tecnologias.
A rotação de culturas é uma técnica que ajuda a diminuir a exaustão do solo. Isto é feito trocando as culturas a cada novo plantio de forma de que as necessidades de adubação sejam diferentes a cada ciclo.
– A proposta deste projeto é visitar propriedades que já fazem alguma coisa em relação à rotação de cultura de soja e de milho, em área de ambiente de várzea, e trocar experiências. Tudo isso para pegar mais confiança e cada um encontrar o seu jeito de fazer, de modo que reduzam os riscos nas culturas nessas áreas, especialmente em anos de chuva – diz Ênio Marchezan, professor do Centro do Ciências Rurais da UFSM.
O docente ressalta que o grande destaque da experiência é conhecer a diversidade de cada produtor. Outro objetivo do projeto é que os agricultores também acessem novas tecnologias, por meio de parcerias, para tornar os pequenos produtores competitivos nesse segmento.
– Podemos presenciar várias situações de lavoura de soja e de milho na várzea, irrigadas com camalhão (sulcos na terra) e sem camalhão. Tiramos daqui a importância de ver uma situação local para, no futuro, repassar aos nossos associados aquilo que está dando certo, junto ao produtor, as inovações e as tecnologias temos a melhorar e adaptar a cada região – diz Marcel Sbicego, engenheiro agrônomo da Cotrisel.
Produtores
Para os produtores a avaliação é positiva para a troca de experiências, principalmente na busca por alternativas para enfrentar os desafios da lavoura.
– Na propriedade, minha e do meu pai, optamos por uma rotação de cultura até mesmo para tentar fazer a manutenção da lavoura de arroz. Existem vários problemas na lavoura e estamos tentando achar alternativas para que possamos continuar neste setor. Além disso, essa troca de experiência é muito válida, pois, mostramos tanto nossos erros, quanto nossos acertos, e assim todo mundo acaba aprendendo e se ajudando nesse processo de melhora das nossas áreas – afirma João Pedro Tessele, produtor rural de Dona Francisca.
O produtor Eduardo Muller, de Agudo, acredita que essa troca com as entidades é um investimento necessário para a agricultura.
– O projeto é muito importante para nós, produtores, que acabamos trocando experiências entre diversos professores, especialistas e entre outros produtores. É um bom investimento que a gente fez nesse dia de campo – diz Muller.A próxima etapa do projeto Integrar, da UFSM deve ocorrer em fevereiro, em lavouras de São Sepé.