“A sensação é de que tudo foi embora”: chuva isola famílias, destrói balneários e causa prejuízos na região central do Estado

“A sensação é de que tudo foi embora”: chuva isola famílias, destrói balneários e causa prejuízos na região central do Estado

Foto: Samuel Marques (PMSM)

A chuva torrencial que atingiu a Região Central entre quinta e sexta-feira (26) deixou estragos e problemas em diversas cidades que compõem a Quarta Colônia, comunidades isoladas e prejuízos milionários em municípios que ainda se recuperavam de enchentes anteriores. Segundo a 3ª Coordenadoria Regional de Proteção e Defesa Civil (Crepdec), os acumulados superaram os 200 mm em dezembro, muito acima da média histórica, afetando pontes, estradas e áreas de lazer recém-recuperadas.


+ Receba as principais notícias de Santa Maria e região no seu WhatsApp

O coordenador regional da Defesa Civil, tenente-coronel Rafael Gonçalves Pereira, destacou, em entrevista a Rádio CDN (93,5 FM), que os maiores problemas estão localizados em Santa Maria, São Martinho da Serra, São Pedro do Sul e na Quarta Colônia (Silveira Martins, São João do Polêsine, Faxinal do Soturno, Ivorá, Dona Francisca, Nova Palma e Agudo).


– Tivemos acumulados de chuva na madrugada passada que chegaram a 130 mm. Neste mês de dezembro já passamos de 210 mm, onde a média histórica é de 130 mm. Sofremos junto com os prefeitos a tristeza em verificar que, quando a administração está terminando de restabelecer a estrada, chega uma nova intensidade de chuva e estraga todo o serviço que foi feito – avalia o coronel.


A Defesa Civil estadual dará início a vistorias neste fim de semana para auxiliar os municípios na avaliação de decretos de emergência. O órgão também monitora o Rio Jacuí, em Cachoeira do Sul, que recebe a vazão de todos os afluentes da região.


Faxinal do Soturno

Em Faxinal do Soturno, o volume de chuva ultrapassou os 200 mm no interior, causando o isolamento de moradores e visitantes que passavam o Natal no município. Segundo o prefeito Lourenço Domingos Moro (MDB), a ERS-348 e acessos secundários foram interrompidos.


A situação mais crítica ocorre na localidade de Sítio dos Melo, onde a cheia do Rio Melo isolou 11 famílias.
– Essas famílias deverão permanecer, infelizmente, por mais uns seis ou sete dias ilhadas. Se não baixar a água, não tem como fazer o conserto da ponte para passar carros. A barragem já foi levada na enchente de junho – explica o prefeito.


Moro estima um prejuízo imediato de R$ 1 milhão apenas para recuperar os danos deste evento, o terceiro do ano no município.
– As estradas estavam sendo recuperadas, e isso causa um retrocesso. Chegamos no final do ano praticamente sem orçamento, mas temos que resolver – afirma.


Nova Palma

Foto: Defesa Civil do município

Em Nova Palma, a elevação súbita do Arroio Portela e do Rio Soturno obrigou a remoção de famílias para o ginásio municipal na tarde de quinta-feira. Embora os moradores já tenham retornado às casas, o cenário é de desolação, especialmente no Balneário Municipal, que havia sido preparado para o verão.

– Temos a sensação de que tudo que a gente fez durante todo o ano de 2025 foi embora. No balneário, não faz nem uma semana que tínhamos organizado tudo. A força da água foi algo assustador – desabafa a prefeita Jucemara Rossato (PP).


No interior, cabeceiras de pontes foram levadas nas regiões de Caemborá, Felizberta e Bugre. A prefeita relata prejuízos elevados também na agricultura, com lavouras de soja danificadas.

– A reconstrução das cabeceiras vai começar a partir de segunda-feira. Não tem como mexer agora porque está muito molhado e vai ser levado novamente – projeta Jucemara.


Dona Francisca

Foto: Defesa Civíl

O município de Dona Francisca enfrenta problemas crônicos com o assoreamento dos arroios que descem do cerro em direção ao Rio Jacuí. O prefeito Saul Antônio Dal Forno (PP) relata que sete famílias estão sem acesso nas localidades de Formoso, Trombudo e Sanga Funda.

– Liquidou com nossos arroios. Fizemos passagens precárias para eles passarem por dentro da água, mas não é assim que tem que ser. Cada chuva que dá, eles ficam do outro lado – diz o prefeito.

Segundo Saul, as pontes construídas recentemente resistiram, mas as cabeceiras e os acessos foram arrancados pela violência da água. O município busca recursos estaduais e federais para obras de drenagem e construção de novas pontes, estimadas em mais de R$ 3 milhões.

– Estamos tentando buscar esse recurso para recuperar estradas e galerias que, mesmo precariamente, ainda estão dando acesso – conclui.


Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Moraes decreta prisão preventiva de ex-diretor da PRF Silvinei Vasques Anterior

Moraes decreta prisão preventiva de ex-diretor da PRF Silvinei Vasques

Fluxo intenso marca trânsito na RSC-287 em Santa Maria após feriado de Natal; pedágio de Palma tem movimento constante Próximo

Fluxo intenso marca trânsito na RSC-287 em Santa Maria após feriado de Natal; pedágio de Palma tem movimento constante

Geral