O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) deu início a primeira audiência do Caso Gabriel na manhã desta terça-feira (13), às 8h30min, no salão do júri no Fórum de São Gabriel.
Trata-se da audiência de instrução, que serve para discutir o mérito do processo, e tem por objetivo ouvir os familiares da vítima, testemunhas de defesa, acusação e interrogatório de acusados.
Neste processo, os três policiais militares, os soldados Cleber Renato Ramos de Lima e Raul Veras Pedroso e o sargento Arleu Júnior Cardoso Jacbosen, são réus pelos crimes de homicídio doloso com três qualificadoras: motivo fútil, tortura e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima.
A audiência é presidida pela juíza Juliana Capiotti. Conforme a assessoria da magistrada, nesta audiência estão sendo ouvidas 8 testemunhas de acusação e 11 testemunhas de defesa. Até às 16h30min desta terça-feira, a audiência seguia em andamento, e eram ouvidas testemunhas de acusação.
Os três réus também serão ouvidos, em data a ser definida. Ao final, se a magistrada ficar convencida de indícios da autoria e materialidade do crime, deverá ser feita a pronúncia dos réus, ou seja: eles serão julgados pelo Tribunal do Júri.
No local, os pais de Gabriel, Anderson da Silva Cavalheiro e Rosane Marques acompanham o processo, acompanhados de familiares.
– Continuamos na nossa luta de fazer justiça pelo nosso filho – afirmou Anderson.
Entenda o caso
Gabriel Marques Cavalheiro, 18 anos, desapareceu por volta da meia-noite do dia 12 de agosto, no Bairro Independência, em São Gabriel. Segundo o relato de uma moradora, ela teria chamado a Brigada Militar (BM) após o jovem ter forçado a grade da casa dela e tentado entrar no local. Os policiais foram até o endereço, abordaram, algemaram Gabriel e o colocaram no porta-malas da viatura. Depois disso, o jovem não foi mais visto.
O corpo de Gabriel Marques Cavalheiro foi encontrado no dia 19 de agosto, em uma barragem na região conhecida como Lava pé. Os três policiais militares que abordaram o jovem foram presos na noite do dia 19 de agosto, e encaminhados ao Presídio Militar de Porto Alegre, onde estão presos desde então. O laudo do exame de necropsia apontou que Gabriel morreu devido a uma hemorragia interna na região do pescoço, provocada por uma agressão, e que não haviam indícios de afogamento.
Os soldados Cleber Renato Ramos de Lima e Raul Veras Pedroso e o sargento Arleu Júnior Cardoso Jacbosen são réus na Justiça Militar pelos crimes de ocultação de cadáver e falsidade ideológica.
Timeline Caso Gabriel de Diário de Santa Maria
*Com informações do Caderno 7