PLURAL: cisnes também dançam

Redação do Diário

A coluna Plural desta sexta-feira traz textos sobre o tema Cultura e patrimônio. Os textos da Plural são publicados diariamente na edição impressa do Diário de Santa Maria. A Plural conta com 24 colunistas.

Luiz Gonzaga Binato de Almeida

A apresentação do balé O Lago dos Cisnes, no dia 23 passado, valida o título de Cidade Cultura a Santa Maria. Nossa Sinfônica, sob a regência de Tita Sartor, mais o Ballet Ivone Freire e o Projeto Dançando para Educar, dirigidos por Beatriz Isaia, fascinaram o público que superlotou o Salão do Park Hotel Morotin.

A primeira récita, às 14h30 do referido dia, foi um presente para centenas de escolares. Foi lindo observar a atração dos jovens pela sonoridade dos instrumentos, pela clássica coreografia da obra, estreada em Moscou no distante ano de 1877, e pela romântica estória que a embasa: moças transformadas em cisnes.

A meninada, quase toda provavelmente novata em espetáculos eruditos ao vivo, aplaudiu, de modo espontâneo e correto, a entrada do maestro, o final de cada ato e os mais célebres números da dança. Ficou claro o fato de a arte muitas vezes sensibilizar instantaneamente o ser humano, mesmo o não iniciado.

À noite, a plateia deslumbrou-se ante o que viu e ouviu. A sincronia entre músicos e dançarinos, a segurança e a expressão nas coreografias, a excelência da composição de Tchaikovsky, embora adaptada para a ocasião em 3 dos 4 atos originais, tudo seduziu os espectadores. No final, com o corpo de baile, os dançarinos solistas e o maestro Sartor no palco, o aplauso em pé continha emoção e o aval para futuros eventos similares.

Durante a espetáculo, meditei sobre a relevância do professor Frederico Richter. Ao criar aqui uma orquestra, talvez não a imaginasse acompanhando um balé de fama internacional. Mesmo assim, vislumbrava ousados horizontes e teve fiéis sucessores regentes. Realizado, ele acompanha em Porto Alegre, aos 90 anos, os feitos de sua criação.

Nos últimos tempos, essa Orquestra, um patrimônio imaterial da cidade, leva programas versáteis para públicos diferenciados. É uma tendência mundial, praticamente de sobrevivência das sinfônicas.

Por outro lado, quanto idealismo teve Ivone Freire ao fundar aqui, há 62 anos, uma escola de dança clássica. É das mais antigas do Estado, também patrimônio de Santa Maria. Residentes em Brasília, Ivone e a filha Tatiana sabem da competência e perseverança com que Beatriz Isaia segue o norte da fundadora. O resultado é eloquente. Bastaria como prova essa montagem do Lago dos Cisnes. Nela houve esperança de que a educação, a arte e a cultura continuem atributos desta cidade.

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