Péricles Lamartine da Costa: miscelânea

Redação do Diário

Péricles Lamartine da CostaAdvogado

Nada, mas nada mesmo, ao menos até hoje, foi capaz de me tirar a cisma de que esse negócio de eleição a cada dois anos aqui no Brasil não se trate de esquema muito bem engendrado e executado para esculhambar a democracia. Para atrapalhar mesmo.

Isto castra os mandatos em andamento, eis que, nos intervalos bienais sempre se critica ou tolhe as administrações em andamento, que na boca de certa parcela do povo principia os trabalhos vislumbrando o pleito a se aproximar e nada mais. Já a situação e seus apoiadores, ou simpatizantes, imputa a qualquer observação oriunda da oposição a ela, a eleição, que se avizinha e torna imperiosa a crítica pela crítica a chamuscar a quem está no Poder.

Um saco…

Mas há coisa pior: notem que as eleições a cada dois anos sempre coincidem com Copa do Mundo ou Olimpíadas.

Tá, e dai?

Estás brincando? Aqui é Brasil, meu amigo, minha amiga! Terra de gente que sabe a escalação da equipe de futebol de ano da década de 70 que escolheres para jogar amistoso contra qualquer time de qualquer continente do mundo! Rol de jogadores de todas as copas então… Fichinha! Já se o assunto for esporte olímpico, igual barbada! O brasileiro sabe o número de medalhas de cada país em todos os esportes, desde a gênese dos jogos na Grécia, até das disputas de par ou ímpar. E acha lindo isso…

Só não recorda em quem votou para deputado federal na última vez que foi às urnas para isso, antes de pegar a estrada rumo ao litoral…

Eu prossigo convencido de que tudo isto tem de ser proposital, pois é esquema perfeito e eficaz. Não pode ser obra do acaso!

Mudando de assunto, o governo sabe, as oposições sabem, terceiristas (de terceira via – eu não soube como escrever), acusados sabem, Polícia Federal sabe, Ministério Público Federal, imprensa, eu, você e todo o mundo sabe que uma CPI a esta altura do campeonato é matéria suscitada por causa das eleições que vêm por aí (recordam o que eu disse ali em cima?).

Ora, o que o Senado e seus agentes parlamentares, com os olhos no pleito e nas campanhas esparramadas pelo país, sem nunca terem passado por um cursinho qualquer de treinamento em investigação, serão capazes de detectar e trazer de relevante e que a Polícia Federal (esta sim, preparada para um inquérito) não faça emergir pela aplicação das técnicas da qual, convenhamos, possui o monopólio se comparada às casas políticas?

Não é uma pergunta retórica, quero deixar claro. É uma inquietação mesmo.

Quem muito abraça, pouco aperta…

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