Passava das 16h de domingo quando o aposentado Dorvalino Pacheco, 84 anos, levou um susto após as rajadas de vento arrancarem por inteiro várias telhas da casa onde mora, na Vila Independência, em Júlio de Castilhos.

– Estava olhando o jogo e veio chuva e aquele barulho de pedra. Em seguida, tudo voou e apagou a luz. Corri para o quarto e fiquei lá até passar – conta o aposentado.
Temporal destrói casas e deixa moradores sem luz na região
Seu Pacheco mora sozinho, mas no meio da tarde desta segunda-feira, a residência já estava sendo coberta com lonas por um mutirão de vizinhos e familiares. Aliás, não faltaram cenas de solidariedade e organização em diversos pontos da cidade, que segundo a prefeitura, contabilizou cerca de 300 residências danificadas e mais de 200 pessoas que procuraram por ajuda.
– Esse é o número do que chegou até nós, mas sabemos que houve mais estragos. Nos organizamos e uns 40 servidores trabalharam até as 21h. Entregamos cerca de 1700 metros de lona e já não tem telha para vender em lugar nenhum. Sorte que o tempo firmou – relatou o prefeito João Vestena.

Pelas ruas do centro e dos bairros, enfileiravam-se postes envergados ou caídos e árvores arrancadas pela raiz. Muros e antenas derrubadas também estampavam o rastros da chuva de granizo e da ventania que atingiu 120 km/h. Além de passarem a madrugada às escuras, moradores de locais como Vila Isabel, Vila Santo Antônio e Castelo Branco trabalhavam para reconstruir os prejuízos depois da chuva. Durante a tarde, energia elétrica voltava aos poucos, em pontos dispersos ou onde técnicos de concessionárias atuavam.
A previsão do tempo para esta semana
Na Vila Maria Jesus, vários imóveis ao longo da Rua José Macedo de Quevedo foram destelhados. Entre eles, o da dona de casa Mara Portela Padilha, 50 anos.
– Foram 10 minutos de granizo. Aqui destelhou a parte em cima do meu quarto, molhou tudo e tive de ir posar na casa da minha mãe. O bom é que todo mundo se ajuda.
Pelo menos três escolas municipais – Casemiro de Abreu, Dona Elza e Élio Salles –, tiveram de suspender as aulas e locais com a parque de exposições, a sede do Banco do Brasil, a Secretaria de Obras acumularam estragos. No Estádio Municipal Miguel Waihrich, uma partida pela Copa Diário teve de ser cancelada minutos após começar. O local teve as casamatas entortadas e uma torre de refletores com cerca de 12 metros derrubada. Pedaços de vidro e lâmpadas foram parar no meio do campo.

No interior
Segundo o prefeito, no final da tarde desta segunda, o município também registrava estragos em casas de localidades como Santa Júlia, Invernadinha e Ramada. O recente plantio de milho e lavouras de trigo e aveia foram danificadas. Tambos de leite foram destruídos e permaneciam sem energia elétrica.
Em Santa Maria, clientes sem água e luz
Cidades como Santa Maria e São Sepé têm pontos de falta de energia e há moradores sem água. De acordo com o coordenador da Defesa Civil de Santa Maria, Cladimir Nascimento, 9 casas tiveram danos em parte do telhado e as famílias receberam lonas nesta segunda-feira. Nem a Corsan e nem a RGE Sul informaram o número de clientes sem o fornecimento de água ou luz na cidade.
FALTA DE ENERGIA
Em nota à imprensa, a RGE Sul informou que tem trabalhado no restabelecimento de energia elétrica em diferentes regiões do Estado e disse, ainda que, a principal causa da falta de energia elétrica foi por causa do número de árvores que caíram sobre a rede elétrica ou por causa de objetos lançados contra os cabos. Os consumidores podem entrar em contato com a RGE Sul por telefone 0800 970 0900 ou 0800 707 7272, pelo site, ou por torpedo SMS para o número 28410 com o código do cliente. A empresa ainda oferece um aplicativo para smartphones disponível para dowload.