Quando perdemos uma pessoa querida e amada, não conseguimos aceitar e nem entender a separação e, não raras vezes, nos revoltamos, inclusive, contra Deus por não entender a razão da morte, principalmente quando de uma morte prematura. Ficamos a indagar, por que não os ladrões, os assassinos, estupradores, sequestradores e tantos outros delinquentes que não fazem falta nenhuma à sociedade. Não aceitamos esse fato, afinal, tudo nasce, cresce, se desenvolve e morre. Chegamos mesmo a duvidar da justiça de Deus achando que Ele usa conosco dois pesos e duas medidas. Mas, com certeza, não é dessa forma, colocando a emoção acima da razão que vamos conseguir encontrar uma explicação lógica e racional.
Por isso, vamos tentar abordar esse assunto pela causa primeira de todas as coisas perguntando: Deus. Ele é justo? A resposta será óbvia para a maciça maioria das pessoas: sim e em todos os sentidos. Se isso for verdade, e o é, então deve haver alguma razão, sem que seja simplista, para o que chamamos de ¿morte prematura¿. E aqui começa o nosso exercício de lógica com o emprego da inteligência de que somos dotados. A vida não pode começar com o nascimento e nem terminar com a morte do corpo, porque, se assim fosse, que justiça divina seria essa que permite o nascimento de alguns em berço de ouro e de outros no meio da miséria, de uns saudáveis e de outros deficientes, entre tantas diferenças que conhecemos?
Pois é exatamente em face dessas discrepâncias que a lógica nos leva a acreditar, cada vez mais, que esta vida é apenas um estágio ou etapa, de um ente, este sim imortal, chamado espírito que, por meio de diversas vidas, aperfeiçoa-se e, evolui, assim como o aluno aperfeiçoa-se ao longo da sua vida estudantil.
A morte como fim de tudo não se coaduna com a justiça infalível de Deus. Pois, se Ele é incomensuravelmente justo, teria de dar aos seus filhos não somente as mesmas realidades, as mesmas dificuldades, as mesmas oportunidades e o mesmo tempo de vida para que todos tivessem as mesmas chances na corrida contra a morte.
Como a realidade não é assim, só nos resta a saída mais plausível e lógica, a reencarnação, pois é somente por meio dela que a vida e a morte, tão distintas para todos, explica-se não como um ponto final, mas como uma vírgula na nossa ascensão evolutiva como espíritos imortais. Felizmente, cresce muito rapidamente a crença nas múltiplas existências, mas se isso é uma verdade, é verdade, também, que a dor da separação é muito maior que a nossa capacidade de aceitação.
Se Deus é pura justiça, onde está a nossa segunda chance se até nossos pais carnais sempre ofertam aos seus filhos variadas oportunidades para seguirem o caminho correto? Por que, então, Deus não o faria? Não é por aí que a sua lógica também encaminha o problema? Não se trata de acreditar ou não em reencarnação. Trata-se, pura e simplesmente, de uma questão de bom senso. Apenas.