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OPINIÃO: Nosso futuro para batmans, super-homens e bolsonaros

Débora Dias

Dizer que vivemos em um caos político, moral, ético, infelizmente não é novidade. O pior que nos parece é a maneira como o brasileiro ouve inúmeras notícias de corrupção sem surpresas ou perplexidades, isso denota o terrível momento em que o país enfrenta.

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Precisamos dizer que são nos momentos de caos que surgem os perigosíssimos super-heróis, os salvadores da pátria, os hittlers, os bolsonaros. E, para quem só consegue ter uma visão fatiada de história, de vida pregressa dos heróis, de lucidez política, aceita-os e acha que eles vão ser a solução.

Todo radicalismo é burro. Ninguém é dono da verdade absoluta, mas busca-se a verdade; todo preconceito é burro também. Os preconceitos são o início da discriminação, da desigualdade, da não liberdade, da não democracia.

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Na semana passada, infelizmente, ocorreu uma tragédia aqui em Santa Maria, quando houve um incêndio em um dos bairros da cidade, e a mãe e o filho morreram carbonizados dentro de casa. Por algum motivo, que não se sabe exatamente qual, os heróis, justiceiros, moralistas, donos da verdade, cegos e bitolados por suas verdades inabaláveis acreditaram que um determinado indivíduo era o incendiário, o agrediram, quase o lincharam, pelo que sei; mas, segundo os apontamentos iniciais da perícia, o foco do incêndio ocorreu dentro da residência, ou seja, estavam errados os donos da verdade, além de cometerem um crime, claro.

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Outro episódio, também na semana passada, quando o ator Fábio Assunção, que notoriamente tem problemas com drogas lícitas e ilícitas, foi abordado pela polícia e houve um desentendimento, um ¿desacato¿, em tese, e lá estavam os heróis, os moralistas, os donos da verdade, os justiceiros, filmando e execrando publicamente uma pessoa que não estava em seu estado normal, mas fizeram seu papel. Quem são eles? Não havia nada mais importante para fazer naquele momento que ridiculizar, ofender um ser humano, independentemente de ser ator, em um momento difícil de sua vida?

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Ainda, na semana passada, o sociólogo português Boaventura de Sousa, em palestra na Assembleia Legislativa do RS, disse: ¿Nós, durante muito tempo, pensamos e estudamos muito as transições do capitalismo para o socialismo, do feudalismo para o capitalismo, da ditadura para a democracia. Estaremos nós, neste momento, na transição da democracia para a ditadura? Uma ditadura diferente, diferente das outras que nos precederam, que não envolve militares, que, até pode envolver a pluralidade de partidos, mas que, de qualquer maneira, não é uma democracia, de tão desfigurada (que está)¿. Falou tudo.

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Estamos a caminho de uma ditadura, de intransigência moral, mental, intelectual! Está mais do que na hora de fazermos nossa parte, deixar de jogar mais sujeira no ventilador e aplaudir os destroços respingando para todo lado. Isso não são atitudes de pessoas felizes que querem mudanças em benefícios de todos, inclusive delas mesmas.

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