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OPINIÃO: A gestão do Estado

Eduardo Rolim

Desde o início de seu mandato, o governador Sartori vem se debatendo com a dificuldade do pagamento integral ao quadro de funcionários do Poder Executivo. A cada fim de mês, instala-se uma crise no Estado. São protestos generalizados e greves perturbadoras do bom andamento da economia. Com isso, o Estado vem se debatendo há três anos, numa agitação improdutiva e sem perspectiva de solução.

OPINIÃO: A onda reacionária

O que vemos é uma incapacidade temporária, de vez que todos recebem integralmente no decorrer da primeira quinzena. Não chegou nenhuma vez ao atraso de mais de 30 dias, como já aconteceu em governos anteriores. O problema está no fluxo de caixa. O recebimento dos impostos nos últimos dias do mês e nas primeiras semanas do seguinte é todo direcionado ao pagamento do funcionalismo. Só depois disso são atendidos os demais compromissos, como pagamento dos fornecedores e investimentos necessários. O Estado não tem parado, apesar de caminhar a passos lerdos.

 O governador Sartori, obedecendo à proposta de seu partido, tem imprimido uma política de estado mínimo, esperando que a iniciativa privada cumpra o dever de alavancar a economia do Estado. Ora, para isso é necessário um mínimo de estabilidade e da confiança do capital privado na perspectiva de desenvolvimento, o que é perturbado, a cada fim de mês, pela indecisão do governador. É um círculo vicioso que está a exigir decisões enérgicas para romper sua reprodução.

OPINIÃO: Institutos

Apesar do déficit orçamentário, que já vem de longe, o Estado não está totalmente parado. Algumas obras estão em andamento e a expectativa de que o Hospital Regional venha a abrir suas portas é uma esperança que acalenta o sonho de toda uma região.

Acredito que uma medida simples poderia pacificar o Estado e contribuir para a solução de muitos problemas. Seria a inversão do fluxo de caixa, passando a pagar os fornecedores na primeira quinzena e aplicando os recursos possíveis nos investimentos em andamento. Na segunda quinzena, todos os impostos seriam reservados para fazer caixa que possibilitasse o pagamento integral dos vencimentos do funcionalismo. Só depois de ter garantido os recursos para atender a folha de pagamento é que o governo se preocuparia com os demais compromissos. É claro que o enxugamento do quadro, naquelas funções não essenciais, e a virtuosa aplicação nos segmentos de educação, segurança e saúde são a expectativa dos contribuintes.

A prioridade no pagamento do trabalho prestado pelo funcionário é uma questão de fundo ideológico que não está na visão de gestão de vários partidos que têm governado esta Nação. A chegada ao poder tem contribuído para distorcer as propostas de campanha política, levando à priorização da continuidade e à locupletação ilícita. Os recursos da nação (quase 50%) estão direcionados para o pagamento de juros exorbitantes ao capital financeiro, ao qual estamos jungidos, sem soberania alguma.

Os assessores que ocupam cargos em comissão (CC) deveriam ser técnicos com alta capacitação para orientar as tarefas nos diferentes setores do governo. Ao invés, as assessorias são destinadas para apaniguados políticos, na sua grande maioria despreparados para orientar os funcionários sob suas ordens, o que cria confusão e desânimo no funcionalismo de quadro. Agravando o desmando, além de multiplicados excessivamente, constituem-se em mecanismo de captação de recursos para sustentação dos partidos, o que onera o Estado e deveriam ser enxugados.


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