Sete pontes em Santa Maria e região aguardam a reconstrução após as enchentes de maio; confira quais são

Ponte da RSC-287, em Santa Maria, é uma das que aguarda a construção da estrutura definitivaFoto: Beto Albert

Oito meses após a enchente que atingiu o Rio Grande do Sul, a região segue sem a recuperação de pelo menos sete pontes essenciais para a logística e acesso. São locais onde desvios e estruturas provisórias aguardam por conexões permanentes. Além de Santa Maria, entram nessa lista os municípios de Faxinal do Soturno, Dilermando de Aguiar, Paraíso do Sul, São Pedro do Sul e Mata. 


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Santa Maria 

Na RSC-287, duas estruturas metálicas e provisórias ainda conectam o coração do Rio Grande do Sul à Capital do estado. A ponte definitiva sobre o Arroio Grande, no km 226, que desabou no dia 30 de abril de 2024, tem conclusão prevista para junho deste ano. A Concessionária Rota de Santa Maria, responsável pelo trecho, trabalha na finalização do projeto junto ao governo do Estado. Até lá, o tráfego seguirá limitado em até 80 toneladas nas duas pontes móveis metálicas instaladas pelo Exército.

A restauração da cabeceira da primeira ponte localizada na Estrada Municipal Norberto Kipper, que liga Santa Maria ao distrito de Arroio Grande, ocorreu em maio desse anoFoto: Beto Albert (Diário)

Ainda em Santa Maria, devido aos altos acumulados de chuva registrados no início de maio, aproximadamente 30 pontes sofreram algum tipo de dano no município, como as estruturas localizadas na Estrada Municipal Norberto Kipper e na Estrada de Canudos, em Arroio Grande. A última, que configura o único acesso à aldeia kaingang, teve a passagem de veículos interrompida. Assim, o trajeto de mais de dois quilômetros até a comunidade indígena precisou ser feito a pé. No segundo semestre de 2024 foi realizada a manutenção da ponte para garantir a trafegabilidade no local.

Em nota, a prefeitura, por meio da Secretaria de Infraestrutura e Mobilidade, explica que “os trabalhos que foram realizados são temporários. No referido local será construída uma ponte de concreto. Os estudos técnicos e a elaboração de projetos estão em fase final de elaboração. Após concluídos, o referido processo será encaminhado para licitação”

Em maio, como ilustra a foto, a cabeceira da ponte foi danificada, impedindo o acesso a aldeiaFoto: Beto Albert (Arquivo/Diário)


Faxinal do Soturno 

Em Faxinal do Soturno, localizado na Quarta Colônia, a força das águas danificou duas pontes na ERS-348. Uma sobre o Rio Soturno, que liga o município ao distrito de Santo dos Anjos – completamente destruída pelas enchentes. A alternativa tem sido um desvio por São João do Polêsine.

Ainda na ERS-348, a ponte sobre o Rio Guarda-Mor também aguarda solução definitiva. Conforme o prefeito de Faxinal do Soturno, Lourenço Domingos Moro, a estrutura metálica do local foi levada pelas enchentes. De forma provisória, o Exército instalou uma ponte móvel, que foi retirada no final de 2024. Como alternativa, e também de forma temporária, a prefeitura construiu uma ponte de concreto armado – uma combinação com barras de aço para maior resistência e que suporta veículos com até 30 toneladas.

Estrutura provisória construída sobre o Rio Guarda-MorFotos: Divulgação

Conforme o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), responsável pela gestão das rodovias estaduais, a obra para a construção da ponte sobre o Rio Guarda-Mor, na ERS-348, foi licitada e aguarda ordem de início. Já em relação à ponte sobre o Rio Soturno, o contrato será assinado nos próximos dias e a ordem de início emitida neste mês de janeiro. Para esse trecho, o Daer fará uma estrutura com duas vias, diferente do que havia antes.

Prejuízos ao comércio e a limitação das passagens temporárias, conforme o prefeito, têm sido as principais preocupações diante da demora para a reconstrução das novas pontes:

– Para o nosso município é muito importante principalmente para o comércio local que está sendo muito prejudicado pela interrupção do acesso à Faxinal. Um deles está totalmente interrompido. A comunicação com o interior do município também. E o acesso pelo Rio Guarda-Mor, nas épocas de chuva, poderá ficar interrompido porque é uma ponte provisória. Ela resiste a pequenas quantidades de chuva, agora, se for uma chuva intensa, pode ser destruída.

Ponte que liga Faxinal do Soturno à localidade de Santo dos AnjosFoto: Marlon Borba (Arquivo/Diário)


Dilermando de Aguiar

Os 2,8 mil moradores de Dilermando Aguiar também são afetados pela falta de estruturas danificadas em maio do ano passado. Para a construção da ponte de Dilermando de Aguiar, na ERS-530, há um convênio do Daer com a prefeitura do município para serem feitos os aterros da obra onde será implantada uma ponte metálica, até que ocorra a construção da ponte definitiva.

em relação a estrutura permanente, o Daer explica que “fez a primeira dispensa de licitação mas não houve propostas das empresas que haviam manifestado interesse na fase anterior, então, foi aberto novamente o prazo e três empresas se habilitaram. Na próxima semana deveremos ter o envio das propostas”.


Paraíso do Sul 

Na RSC-287, em Paraíso do Sul, um desvio liga o município, temporariamente, a Novo Cabrais. A ponte sobre o Arroio Barriga cedeu devido às fortes chuvas de maio e, por isso, a Rota entregou, em 7 de junho, a rota alternativa. O local, assim como os trechos de Candelária e Mariante será reconstruído. 

Em 7 de junho, a Rota concluiu o desvio feito em Paraíso do SulFoto: Rota de Santa Maria


Ponte do Rio Toropi 

Na BR-287, foi iniciada, em novembro, a recuperação da ponte da várzea do Rio Toropi, entre São Pedro do Sul e Mata. A obra, orçada em R$ 6,9 milhões, prevê a reestruturação das fundações e reforço estrutural. O serviço, que tem previsão para ser concluído no primeiro semestre de 2025, inclui ainda recuperação das muretas, da pista e do pavimento da ponte. Até lá, o tráfego ainda é feito por um desvio lateral. 


Em resumo: 

  • Ponte definitiva na RSC-287, em Santa Maria: a espera de aprovação do projeto
  • Ponte na Estrada de Canudos, em Santa Maria: em fase de elaboração do projeto para licitação 
  • Duas pontes em Faxinal, na ERS-348: aguardam o início das obras
  • Ponte em Dilermando de Aguiar: aguarda o início das obras
  • Ponte na RSC-287, em Paraíso do Sul: em fase de elaboração do plano de trabalho 
  • Ponte do Rio Toropi, entre São Pedro do Sul e Mata: obras em andamento


Recursos para a reconstrução 

Pontes como aquelas localizadas em Faxinal do Soturno e Dilermando de Aguiar serão reconstruídas com recursos federais. Conforme o ministro Paulo Pimenta, as verbas chegam aos municípios gaúchos a partir de três recursos. O primeiro foi anunciado ainda em maio pelo presidente Lula: o valor da dívida do Estado com a União que será destinado, durante três anos, às obras de reconstrução. Até o momento, já são mais de R$ 667 milhões depositados no Funrigs – fundo criado para os valores destinados à recuperação do Estado.

As obras de reconstrução também são custeadas com recursos da Defesa Civil. São valores que o governo federal empenha, ou seja, autoriza a despesa. A partir disso, é responsabilidade das prefeituras e do governo do Estado redigir o projeto e encaminhar a licitação e a execução das obras. Há, também, um terceiro recurso no valor de R$ 6,5 bilhões para o sistema de proteção contra enchentes da região metropolitana de Porto Alegre.​


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Thais Immig

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