Foto: Rian Lacerda (Diário)
O calor intenso deste sábado (4) levou veranistas ao Balneário Passo do Verde, em Santa Maria, para aproveitar o primeiro fim de semana do ano. Enquanto a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) aponta condições próprias para banho no local, a reportagem verificou que, apesar do movimento tranquilo, faltam salva-vidas e a infraestrutura básica tem gerado queixas de moradores e comerciantes.
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Calor, tranquilidade e sombra disponível marcam o primeiro sábado do ano no Passo do Verde em Santa Maria
Localizado no sul da cidade, o Passo do Verde é um distrito de Santa Maria. O acesso, saindo do centro, é seguindo pela BR-392 até as margens do Rio Vacacaí, na divisa com São Sepé. O percurso leva cerca de 30 minutos, com trânsito normal.
Apesar das temperaturas que ultrapassaram os 30°C, o movimento no balneário estava moderado, com espaço de sobra tanto na areia quanto nas sombras. Famílias e amigos aproveitavam o dia com churrascos, banhos no rio e momentos de lazer.
Vanderlei Cesar, 40 anos, natural de São Miguel do Oeste (SC), e familiares escolheram o local para descansar. Eles saíram da cidade catarinense rumo ao Uruguai, no trajeto passaram pela Serra Gaúcha, o Litoral Norte e, após uma longa viagem, chegaram até Chuí e passaram a virada do ano no Forte de Santa Teresa, já no Uruguai. A ideia da família era viajar ainda mais, mas por conta cansaço, vão aproveitar o final de semana no Balneário Passo do Verde.
– Estamos meio cansados de andar. Vamos parar por aqui mesmo e ficar até domingo. Trouxemos caiaque e vamos dar uma andada, conhecer um pouco mais do rio e os lugares. Se a gente achar que o lugar é bom, ficamos. E depois seguimos em diante – contou Vanderlei.
O padeiro, Sérgio Reis Lima, 62 anos, foi ao Passo do Verde ainda durante a manhã e aproveitou para fazer um churrasco. Ele levou uma barraca e ficou próximo ao rio, na sombra, aproveitando o dia com céu azul e temperaturas elevadas.
– Vim no ano passado, mas foi corrido. Agora, nas férias, deu para aproveitar melhor. Está tudo bom aqui – afirmou o padeiro.
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Mesmo sendo sócio de clubes de banho em Santa Maria, o marceneiro Derli Vargas Pilar, 59 anos, escolheu o balneário para um programa diferente com a esposa.
– Fazia três anos que não vinha aqui. Apesar de estar mal cuidado, ainda vale a pena. Infelizmente, temos poucas opções de balneários na região – lamentou.
Infraestrutura preocupa visitantes e moradores
Para chegar ao rio, os motoristas enfrentam uma estrada principal esburacada, exigindo atenção redobrada. No local, a ausência de salva-vidas preocupa frequentadores e moradores.
A comerciante Tatiele de Lima, 37 anos, descreve o sentimento de abandono:
– Sobre a rua, a entrada principal está muito esburacada, tem buraco e agora estamos fazendo uma vaquinha para comprar entulho para tapar eles. Antigamente tinha mais porque uns buracos eram mais fundo. Quando chove é um buraco em cima do outro, sabe? – relata.
Segundo Tatiele, até mesmo a reposição de postes e iluminação elétrica depende da iniciativa dos moradores.
– Os principais problemas é a infraestrutura porque não tem nenhuma. O pessoal vem passar um final de semana porque gostam. Porque não tem banheiro, não tem luz, não tem nada. Para arrumar uma rua quem arruma é os moradores. Pessoal da iluminação pública, aí eles vêm e trocam, mas o pessoal que mora mais próximo do rio não tem luz. Caiu um poste e nunca vieram arrumar. Eles tiveram que comprar um poste para poder ter a luz na casa deles – afirma a comerciante.
Águas estão próprias para banho
A Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) divulgou, na sexta-feira (3), o terceiro boletim de balneabilidade desta temporada. E confirma que o Passo do Verde, assim como outros balneários e praias da Região Central, tem condições próprias para banho. No entanto, no Estado, 13 dos 93 pontos analisados foram considerados impróprios, incluindo áreas no Litoral Norte, como Torres e Tramandaí.
Análise
Para a classificação das águas como própria ou imprópria, são utilizados parâmetros de Escherichia coli (E.coli), observando os critérios definidos pelas resoluções Conama nº 274/2000 e nº 357/2005. Nos balneários de Pelotas, Tapes e na Lagoa do Peixoto, em Osório, também são consideradas as cianobactérias.
No Litoral Norte, entre Palmares do Sul (Quintão) e Torres, são 33 pontos de água salgada monitorados. As coletas de amostras são feitas semanalmente pela Gerência Regional do Litoral Norte Sema-Fepam (Gerlit), que envia o material para análise microbiológica pela Divisão de Laboratórios (Dilab), em Porto Alegre
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