Movimentação é crescente nos cemitérios de Santa Maria

Os dias que antecedem o feriado de Finados movimentam os cemitérios de Santa Maria. Pessoas vão até os locais para limpar e cuidar dos túmulos de amigos e familiares. Há quem vá até os cemitérios para acender velas e fazer orações, e também, para ganhar dinheiro por meio da prestação de serviços de limpeza, consertos de túmulos e venda de flores no local.

Essa movimentação tem sido intensa desde a segunda quinzena de outubro. Mas além deste cenário, a indignação da comunidade para com a limpeza dos locais também virou tradição.

– Todo ano é a mesma coisa. Eu venho aqui pelo menos uma vez por mês e está sempre sujo. Agora, eles deram uma limpada, mas ainda assim está uma vergonha – disse um homem que limpava um túmulo no Cemitério Ecumênico Municipal e preferiu não ser identificado.

De acordo com Alexandre Brasil, secretário adjunto da secretaria de Infraestrutura, Obras e Serviços, a limpeza dos cemitérios municipais foi intensificada nos últimos 15 dias pelos funcionários da prefeitura, que cuidam de tarefas como a varrição, a roçada e a capina.

Em função do Dia de Finados ser de grande movimentação, aumenta também a quantidade de lixo.

– Há 15 dias trabalhamos com um mutirão, porque já havia limpeza antes. Como nesta época as pessoas costumam ir para fazer a limpeza, é maior a quantidade de lixo acumulada nas lixeiras. Hoje (sexta-feira) foram retirados três caminhões de lixo do Ecumênico. No sábado e no domingo, vamos manter as equipes trabalhando na limpeza – esclarece. 

A cabelereira Alexandra Moreira, 42 anos, limpava o túmulo dos familiares na tarde de sexta-feira. No domingo, ela irá para São Gabriel também para homenagear parentes que foram enterrados no município. Ela lamenta a sujeira e os entulhos do Ecumênico:

– Dá uma tristeza só de ver. Vou ficar aqui só o tempo necessário para terminar a limpeza. Chega a ser um desrespeito com a gente que paga a taxa anual para que os entes fiquem aqui.

Dias de vendas

A dona de casa Terezinha de Fátima Paz de Oliveira (foto) começou a trabalhar desde o início de outubro: ela conta que passou o mês inteiro limpando túmulos no Cemitério São José. Desde a sexta-feira, ela se dedica a vender flores para completar o lucro que tira em função do feriado:

– Vendo flores há mais de 20 anos. O dinheiro da limpeza dos túmulos e das vendas de flores ajudam nas despesas de casa. Não acho que Finados seja um dia triste. É mais um dia de homenagens para aqueles que se foram.

Antecipação da data

No dia do feriado, muita gente não vai aos cemitérios porque já antecipou os ritos tradicionais.

– Não gosto de vir aqui no Dia de Finados. A gente tem muita lembrança. Prefiro vir antes – diz Maria Beatriz   Lemos, 63 anos, doméstica.

– Eu vim para limpar o túmulo e já trouxe flores e velas – comenta Bernardino Oliveira, 65 anos, aposentado.

Ele e o irmão, Luiz Oliveira, 62 anos, organizam o túmulo da mãe e de outro irmão, no cemitério Jardim da Saudade, no bairro Caturrita, todos os anos.

Falta segurança

A indignação também está presente nas pessoas. O ferroviário aposentado, José dos Santos Alves, 77 anos, mostra o túmulo que ele mesmo construiu, onde a esposa está enterrada, no Cemitério São José (foto). Ao lado, a sepulturade um amigo, que ele também construiu, sem as argolas:

– Não respeitam o túmulo de ninguém. Roubam tudo. De primeiro tinha guarda aqui, hoje não tem mais. Tá bem bagunçado. Hoje (sexta-feira) até parece que deram uma capinada, mas tem dias que é pior – comenta.

MISSAS NO DIA DE FINADOS
As missas serão celebradas no domingo. Nas igrejas de Nossa Senhora de Fátima e na Catedral Metropolitana também há horários no sábado. Confira:

- Paróquia Nossa Senhora de Fátima – 8h30min e 20h (no sábado haverá missa às 16h)&nbs"