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Morre Bidu, um dos cães ajudantes de mecânico de Restinga Sêca

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Foto: Pedro Piegas (Arquivo/Diário)/
O mecânico Ernesto Schwert e o cão Bidu, em matéria realizada em março de 2019 pelo Diário, que contou um pouco da história dos cães inteligentes de Restinga Sêca

"A nossa ligação não era simplesmente afetiva, era espiritual também". É dessa forma que o mecânico Ernesto Schwert, 70 anos, da localidade de Lomba Alta, em Restinga Sêca, se refere ao amigo e companheiro Bidu. O rottweiler de 13 anos, que ficou conhecido em todo o Brasil e em vários países do mundo depois de uma participação no Globo Repórter, em que aparecia buscando ferramentas para o dono após receber comandos em alemão e português, morreu na madrugada desta segunda-feira.

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A oficina mecânica em que ele passava o dia como ajudante, também foi o lugar em que o animal passou os últimos dias de vida, ao lado do tutor, da cadela Diana e do filho, o cachorro Fritzz, que já foram temas de diversas reportagens, inclusive internacionais. Conforme Schwert, Bidu sofria de displasia coxofemoral (doença de má-formação genética, com degeneração da articulação do quadril dos cães) e também apresentava problemas cardíacos. Nos últimos tempos, um câncer atingiu o pulmão, o que prejudicou a saúde do cão, que, por conta da idade e complicações, não poderia ser submetido à anestesia para cirurgia.

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- O tratamento era só com sedativo e medicamentos. Ele estava se alimentando bem, mas na última semana ele já não estava mais caminhando. E esta noite a gente viu que a respiração dele foi ficando cada vez mais difícil, mais fraca. Ele tinha uma missão aqui e cumpriu. É um grande soldado que tive do meu lado - comenta, emocionado, o mecânico.

O cão morreu às 1h50min desta segunda-feira, rodeado de muito amor e carinho.

- Ele faleceu dentro da oficina, junto comigo. Nas apresentações que a gente fazia nas escolas, levávamos a Bíblia e ele sempre a alcançava para mim. Quando chegou perto da 1h, eu busquei a Bíblia que ele sempre carregava e li a passagem que a gente usava nas escolas. Li três vezes para ele e ele dormiu. Nesses 50 anos de trabalho eu tive cinco cães extraordinários, mas ninguém vai superar o Bidu. Eu aprendi muito com ele, a nossa ligação não era simplesmente afetiva, era espiritual também - emociona-se o tutor, que faz questão de dizer que o amigo era diferente dos outros.

O elo entre cão e homem era tão forte, que o mecânico escreveu até um conto em homenagem ao fiel escudeiro. 'O milagre do cão chamado Bidu' é baseado em fatos reais e tem o intuito de servir como tema nas escolas. Ele nunca foi publicado, e Schwert ainda tem o sonho de que a história de amizade vire um curta-metragem ou um livro.

Em uma pequena homenagem ao amigo canino, o mecânico está providenciando uma sepultura para a despedida nesta tarde:

- O cão que sempre carregava flores para as visitas está sendo reverenciado com muitas flores aqui. Ele vai ser sepultado dignamente, como se fosse um filho. A vida continua e a Diana e o Fritzz vão continuar a missão deles ao meu lado.

Em março do ano passado, Bidu foi pauta, novamente, do Diário, em matéria que contou um pouco da história dos cães inteligentes de Restinga Sêca. Em 2018, o trio canino virou protagonista de um comercial da empresa Hipper Freios, que produz freios automotivos: 

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