Não foram poucas as tentativas. Mas as lideranças da região não desistem de lutar pela abertura do Hospital Regional, que está há quase um ano com a estrutura pronta, só à espera dos pacientes.
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Buscando uma estratégia conjunta para obter respostas do governo do Estado, lideranças políticas e comunitárias da Região Central estiveram reunidas, na sexta-feira, no Hospital Universitário de Santa Maria (Husm), em um encontro promovido pela Universidade Federal (UFSM). O alvo da cobrança é a Secretaria Estadual de Saúde, responsável pelo imóvel, que ignora o clamor da comunidade). Do encontro de sexta, resultará uma ata com todas as manifestações feitas durante a reunião.
A intenção é que uma comitiva entregue o documento, pessoalmente, ao governador José Ivo Sartori (PMDB). Nele, ficarão novamente oficializados o interesse e a disposição da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) e do Husm de assumirem a gestão do Regional.
No dia 11 de julho, o deputado Valdeci Oliveira (PT) protocolou um pedido de informações ao governo do Estado solicitando cópia do plano operativo do Hospital Regional. Já no dia 18 de julho, o Comitê Pró-Abertura do Hospital Regional pediu uma audiência com o governador.
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NOVA MOBILIZAÇÃO
Cerca de 200 pessoas participaram do encontro de sexta, entre prefeitos e secretários de Saúde da região, vereadores, funcionários do Hospital Universitário e a população em geral. O reitor da UFSM, Paulo Afonso Burmann, fez a abertura do ato e, em seguida, os participantes foram convidados a utilizar a tribuna livre para apresentarem suas manifestações.
– Estamos pedindo socorro, apelando pela abertura do Hospital Regional. Não interessa quem vai fazer a gestão, mas, sim, a forma como vai ser o atendimento, e que o local abra o mais rápido possível. A ideia é que nos unamos para que a mensagem chegue ao governador José Ivo Sartori – afirmou o reitor da UFSM.
GESTÃO
Um dos obstáculos que entravam a abertura do Hospital Regional é a indefinição sobre quem fará a gestão do complexo. A UFSM demonstrou interesse em assumir a administração, por meio da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, ainda em 2014. O documento foi protocolado junto ao Estado.
PLANO
Com atraso de dois meses, o Hospital Sírio-Libanês, de São Paulo, enviou, no último dia 28, o Plano Operacional de Gestão à Secretaria Estadual de Saúde. Para elaborá-lo, o órgão recebeu R$ 5,9 milhões do Ministério da Saúde. Por e-mail, a assessoria da Secretaria Estadual de Saúde afirmou que o documento será entregue oficialmente ao Ministério da Saúde, sem data definida ou qualquer prazo estipulado.
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MANIFESTAÇÃO
Durante o encontro, integrantes do Sindicato dos Técnicos de Nível Superior da UFSM fizeram uma manifestação silenciosa pedindo que o hospital tenha atendimento 100% SUS.
– O hospital é uma necessidade para a população de Santa Maria e região. O local está pronto, ninguém se beneficiou, e foi investido dinheiro público no local – reclama Cecília Brondani, enfermeira aposentada.
CLAMOR POR SOLUÇÕES
"Não importa quem vai abrir o hospital. Pelo amor de Deus, abram este hospital: não importa a marca, a bandeira que vai estar fincada na frente. Certamente vai ser a bandeira de Santa Maria, do Rio Grande do Sul e do Brasil. Os prefeitos e secretários de Saúde sentem na pele, todos dias, as demandas da sua comunidade. É importante que essas lideranças levem ao governo do Estado um pedido de abertura do hospital público regional e seus 250 leitos."
Paulo Afonso Burmann, reitor da UFSM
"Duvido que tenha qualquer pessoa que seja contra a abertura do Hospital Regional agora. Nós precisamos dele para salvar a saúde não só de Santa Maria, não só da região, mas, principalmente, para desafogar o Hospital Universitário. Eu quero o hospital aberto, independentemente de quem vai administrá-lo. Mas quem for administrar, terá de nos ouvir, saber as demandas da cidade e região. Enquanto há essa indefinição, a Ebserh precisa manifestar formalmente a vontade de fazer a gestão."
Jorge Pozzobom (PSDB), prefeito
"Não é possível uma obra ficar pronta há um ano, e a gente ainda estar pensando, discutindo como vai ser, isso poderia ter sido decidido no início da obra. Agora é a hora de nós focarmos neste assunto porque é importante para todos os municípios. É uma questão de saúde pública e, acima de tudo, humanitária. Ano que vem são comemorados 15 anos do sonho de construir o Hospital Regional, e não queremos ter uma festa triste."
Leocarlos Girardello (PP), presidente da AM Centro e prefeito de São Sepé
"A população toda perde com o Hospital Regional fechado porque as filas, as necessidades, são enormes. São milhares de pessoas aguardando atendimento, principalmente nesta área, que será o objetivo de atendimento do Hospital Regional, e que de longa data vem sendo buscado. O nosso interesse é, pela Ebserh, fazer a gestão. O nosso pronto-socorro está sempre superlotado, o hospital como um todo está lotado. É uma necessidade e, sobretudo, um exercício de cidadania."
Elaine Resener, superintendente do Husm
"Pedimos oficialmente, pela Assembleia, cópia do Plano Operativo feito pelo Sírio-Libanês e que custou quase R$ 6 milhões. Ao mesmo tempo, em nome deste comitê que hoje está discutindo a questão do Hospital Regional aqui, estamos solicitando, ao governador, uma audiência pública. Que ele receba esta comitiva para explicar claramente para a sociedade rio-grandense e, principalmente, para a Região Central, qual a posição do governo sobre o Regional, Temos que desgeneralizar essa discussão."
Valdeci Oliveira (PT), deputado estadual