Região

Jovem paga a faculdade e se forma vendendo lanches a colegas e em lojas

18.306

data-filename="retriever" style="width: 100%;">

A mochila que usava para transportar os lanches que vendia diariamente foi uma das estrelas da formatura de Bruce Friederich, 23 anos, em Santiago. Ela foi o símbolo do exemplo de superação dele e da mãe, a professora Cimara, 52 anos.

- Eu saí do Exército e passei no curso de Educação Física na URI, mas não tinha como pagar a faculdade. Daí, minha mãe deu a ideia. Ela contou que, quando eu era pequeno, ela fazia lanches para vender para pagar a pós-graduação dela. Pagou toda a pós com os lanches que vendia para colegas e professoras.Ela perguntou se eu não teria vergonha de vender lanches, e eu disse que não.

A partir daí, a faculdade começou, e a rotina de mãe e filho mudou. Bruce fazia estágio de manhã e, à tarde, ajudava na produção de pastéis, minipizzas e sanduíches. A mãe saía do trabalho e ajudava, à noite e até de madrugada, acordando às 5h para fazer massas e molhos. Bruce vendia os lanches na van que pegava para ir de casa até Santiago para assistir às aulas.

- Tinha dia que nem chegava em Santiago e já tinha vendido tudo. Em outros, sobravam lanches. Com a pandemia e as aulas online, tivemos de nos adaptar e passar a vender no comércio. Teve mês que, com a venda dos lanches, pagava a faculdade e sobrava para o mês seguinte. A mensalidade começou com R$ 500 e, no final, já estava em R$ 1.720. Sem os lanches, não teria conseguido pagar.

Confira o calendário com 12 ações de vacinação nesta semana em Santa Maria

Ele lembra que, apesar da motivação, não era fácil para ele e a mãe manterem a rotina de trabalhar, fazer os lanches, vender e estudar. Os pré-julgamentos chegaram a incomodar, no início, lembra o jovem.

- Bem no início, eu tive um pouco de vergonha, mas depois me acostumei. Uma vez, numa loja, me perguntaram se tinha vergonha de vender lanches, mas respondi que não tinha por que ter vergonha.

No dia 5 de fevereiro, ao subir ao palco para receber o canudo de formado em Educação Física, junto com sete colegas, Bruce levantou-se com orgulho da conquista dele e da mãe. A outra companheira da conquista, a mochila onde levava os lanches, não foi esquecida e abrilhantou a cerimônia, chamando a atenção de todos e emocionando também a mãe Cimara.

- Era para ela subir no palco, mas ela ficou tão emocionada que não conseguiu. A lição que fica é de dever cumprido. Que a gente precisa tentar buscar aquilo que quer e não ficar reclamando nem pensar que não consigo fazer. A mensagem que eu deixo é: sonhem, e não descansem até realizar esse sonho, porque se foi difícil de conquistar, com certeza valerá a pena. Somos gratos a todos os clientes que ajudaram a conquistar esse sonho.

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Anterior

VÍDEO: mais de 1,2 mil pessoas vivem em áreas de risco em Santa Maria

'O país não pode mais conviver com isso', diz diretor-jurídico da AVTSM Próximo

'O país não pode mais conviver com isso', diz diretor-jurídico da AVTSM

Geral