Jorge Brandão: partida de entes queridos

Jorge BrandãoEmpresário e escritor espírita

Acidentes, enfermidades das mais variadas, crimes, ou mesmo, esgotamento das forças vitais, são apenas algumas das formas pelas quais todos os dias, segundo dados da ONU, aproximadamente 160.000 pessoas morrem no mundo.

Um número bem maior de seres nascem diariamente, e assim a população do planeta Terra cresce e se renova. Números de mortes que encaramos com naturalidade, desde que seres queridos por nós não façam parte destas estatísticas.

Os nossos amados partem deixando a brisa da saudade e da aflição em nossos corações. Para onde foram? Por que partiram? Muitas vezes não nos dando tempo sequer para um abraço, um beijo, uma declaração de amor…

Como explicar o amor de Deus, ao permitir que criaturas tão amadas sejam tiradas de nós? Qual a explicação para a morte daqueles que se vão em tenra idade, com todo um futuro promissor pela frente? E qual seria o motivo que pudesse justificar as enormes dores que levam à morte pessoas que, desde o berço sempre cultivaram a bondade, a humildade e a simplicidade para com seus semelhantes?

Diante disto, chegamos inevitavelmente a uma encruzilhada; ou Deus nem de longe é o Pai amoroso, bom, soberanamente justo e misericordioso que Jesus nos apresenta em seu Evangelho, ou então existe novas oportunidades reencarnatórias e Deus é, de fato, um Pai que ama todos os seus filhos indistintamente, concedendo a cada um deles os meios de se, harmonizarem com as leis divinas, dando novas oportunidades de resgates e reencontros através de vidas sucessivas. A segunda opção nos parece bem mais sensata e justa.

O esclarecimento espírita, sempre pautado pela razão e pelo bom senso, nos provando que somos muito mais que um corpo físico, eleva nossa visão e nos convida a analisar com serenidade os desafios terrenos, através do conhecimento de princípios e leis universais como a reencarnação, evolução, causa e efeito e livre-arbítrio, onde o homem pode encontrar todas as respostas para o sentido desta existência.

Cada espírito é único e imortal e todos nós percorremos um caminho evolutivo. A cada vivência ganhamos experiência e conhecimento. Estamos sempre nos aprimorando intelectual e moralmente.

O espiritismo é uma doutrina que nos esclarece e conforta, não entende a morte como o fim da vida. É o fim apenas de uma experiência com determinado corpo. Nesse sentido, seria mesmo mais adequado dizer passagem. Passagem deste modo de viver para outro, sem a necessidade do provisório corpo físico. O espiritismo nos ajuda a transformar a dor da saudade na certeza do reencontro.

Chorar a perda de um ente querido é natural e até inevitável, o período do luto precisa ser vivenciado, mas o desespero incontrolável é sempre prejudicial e dói nos dois lados da vida. Confiemos na justiça divina, aceitando o que não podemos mudar, como prova para o nosso adiantamento e sejamos gratos a Deus por ter permitido desfrutar da companhia do ser amado pelo tempo que ele determinou nesta existência terrena.

Tenhamos em mente que todos os nossos seres queridos um dia vão partir deste plano, muitos deles antes de nós, então notar mais as virtudes do que os defeitos e dizer palavras como; eu te amo, você é muito importante para mim, serão sempre bem-vindas, e quando a saudade da ausência física bater, vamos preencher com atitudes concretas de amor ao próximo, e dedicar aos nossos amados, e eles se sentirão abençoados por nós.

Leia o texto de Anny Gundel Desconzi