Nos iludirmos parece inevitável em nossa vida cotidiana e mesmo na busca da espiritualidade. Iludimo-nos com as outras pessoas, com o trabalho, com o futuro, com as aparências e principalmente nos iludimos conosco mesmos. Valorizamos muitas vezes o que não tem valor e esquecemos de valorizar o que é muito precioso.
Encontrar a verdade é um processo de muitas desilusões e a caminhada nesta busca é tão longa que uma vida inteira é apenas um momento da nossa jornada evolutiva, mas um momento que não pode ser desperdiçado.
A antiga palavra sâncrista “maya” é utilizada desde o século 9 na filosofia oriental para designar dualidade ou ilusão e só chegou ao nosso mundo ocidental a partir do século 19. O “mundo de maya” é considerado o mundo dual em que estamos vivendo, repleto de enganos e ilusões e que nos desafia a ver e sentir além das aparências, superando as seduções do mundo sensorial.
O mito da caverna do Filósofo Platão se tornou uma referencia de ilusão no mundo da Psicologia e da Filosofia e de como as aparências podem enganar. Nesta fabula, a qual prisioneiros vivendo a vida toda encarcerados em uma caverna e voltados para o fundo da mesma não viam mais que as sombras do mundo exterior projetadas na parede dessa prisão. Como não conheciam outra coisa, tomavam as sombras como a própria realidade.
Será que tudo o que vemos, ouvimos e sentimos neste mundo é real? E o que está por trás daquilo que se apresenta para nós? Dê uma pausa e reflita!
O que o mundo exterior nos mostra, pode ser percebido de forma totalmente diferente por cada ser, dependendo do ponto de vista que se olha, do estado do nosso mundo interior e das referencias que trazemos. Uma critica recebida, por exemplo, pode abater o nosso animo, ou bem compreendida nos servir de estimulo para melhorar.
Dos cinco sentidos que estamos habituados a usar em nosso dia a dia, vida após vida, os importantes sentidos da visão e o da audição são os mais utilizados e também os que mais nos predispõem a avaliações equivocadas.
O sexto sentido, o da intuição, (a voz interior que brota suavemente da nossa alma) e que hoje é reconhecida pela própria Ciência, é sem duvida o sentido que embora ignorado pela maioria das pessoas, tem o menor risco de nos levar a erros de avaliação.
Em uma sociedade como a nossa onde as aparências são tão valorizadas, é preciso um grande esforço para não nos deixar impressionar pelo mundo das ilusões.
Busquemos não esquecer os verdadeiros objetivos da nossa existência aqui na Terra. Ao desligar o nosso “piloto automático” buscando identificar as ilusões do mundo, a nossa consciência de seres cósmicos e imortais que somos, inicia o seu despertamento para um mundo novo e real por detrás das aparências.
Não percamos tempo! Esforço, abnegação é o que nos conclama esta nova era do espírito, que busca unir ciência e espiritualidade, teoria e prática. Caso contrário, valerá a velha máxima “Só se desilude, quem se deixou iludir”.
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