Anny Gundel Desconzi: uma notícia, mais de uma versão

Redação do Diário

Anny Gundel DesconziProcuradora do município

A verdade é uma só. A pesar disso, em um primeiro momento podemos ser enganados. Tudo depende da intenção de quem a divulga o fato. Para os veículos sérios de comunicação, o que vale é a verdade, já para quem se alimenta de notícias falsas, o importante é a desinformação.

No passado, só nos era permitido conhecer os eventos por meio da visão particular do historiador, pela sua interpretação dos acontecimentos, que nem sempre reproduzia a verdade. No mundo moderno, onde a tecnologia é o “olhar dos historiadores”, ao contrário do que poderíamos imaginar, também, podemos ser facilmente enganados.

Todos sabemos que, conforme as pesquisas que fizemos na “internet” e com as páginas com as quais interagimos, somos imediatamente bombardeados por propagandas do produto que demonstramos interesse. A rede social adota um sistema de publicidade baseado nos nossos interesses “on-line”. Além de rastrear toda a nossa atividade dentro dela, ela consegue identificar quais “sites” acessamos. Prova disso está no fato de que, constantemente, nos depararmos com frases do tipo: “Com base na sua última pesquisa, talvez, você goste do grupo X”, “pessoas que talvez você conheça” e assim vão sendo definidas as “amizades”, “compras” ou “assuntos” do nosso cotidiano. Estranho? Com certeza.

No entanto, isso é intencional e acontece porque, além das interações no “site”, como as páginas curtidas e compartilhadas, a plataforma absorve dados baseados na navegação realizada, via qualquer aplicativo. Em decorrência das informações que fornecemos nas consultas na “internet”, somos, inconscientemente, levados a comprar o que não necessitamos, a ter como “amigos” pessoas que nem conhecemos, a ler sobre assuntos que nos são ofertados. Somem a isso, o fato produzido por quem tem interesse em interferir na informação. O que chegará até nós, é uma realidade, de certa forma “manipulada” com conteúdo ideológico, econômico, financeiro e social para atender ao nosso interesse momentâneo, que não necessariamente representa os fatos dominantes ou a verdade.

Por isso, é preciso ter cautela com as informações, principalmente, em um ano eleitoral em que há uma motivação a mais para a atuação dos estelionatários dos fatos. Precisamos ter claro que uma determinada notícia pode ter outra versão e que, não necessariamente, a primeira que temos acesso, é a correta. Em tempos de “fake news”, precisamos ficar mais alerta. Sermos menos “apaixonados”, menos “reprodutores” de informações, para não entrarmos numa furada ao reprisar inverdades, ainda, mais se elas dizem respeito a vida pessoal de alguém.

Muitos autores de falsas notícias, além de enganarem as pessoas, ainda são beneficiados por mídias programáticas e fazem dinheiros as nossas custas. Narram ou reproduzem o que veem sob a sua ótica, sua cultura, sua compreensão de mundo e, dependendo do caráter, às vezes com um olhar de maldade, sem qualquer filtro ético ou moral.

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