PLURAL: perguntar

Redação do Diário

A coluna Plural desta quarta-feira traz textos sobre o tema Gestão e educação financeira. Os textos da Plural são publicados diariamente na edição impressa do Diário de Santa Maria. A Plural conta com 24 colunistas.

Ronie GabbiGestão e educação financeira

Nosso sistema nervoso, também conhecido como neural, é responsável por controlar ações voluntárias (falar, correr, andar…) e também as involuntárias (respirar, fazer a digestão). Costumo dizer aos alunos e aos mentorados que participam do “Programa de Formação de Inteligência de Liderança” que a comunicação é o sistema nervoso do processo de liderança.

Imagine um momento de conversa difícil, em que a comunicação de um líder com seu liderado seja nesse tom: “Eu quero que você me envie este relatório todos os dias até às 18h.”

Sempre que um adulto for tratado como criança, ele resistirá ao comando. Por que isto acontece? Porque a conversa deixa de ter como foco central a solução do problema e passa a ter foco na personalização. O “eu” põe a perder toda intervenção de liderança.

Ainda pior: se o líder permanecer com este modelo de comunicação, no longo prazo, estará isolado na liderança, desconectado emocionalmente de seus liderados e com um ambiente totalmente fragmentado cheio de “bolinhos”. Um terreno fértil para fofoca – e não precisa dizer que, em um cenário assim, os resultados serão medíocres.

Uma ótima tática de comunicação para o líder nesta situação seria algo parecida com: “na minha organização diária, percebi que era necessário melhorar a gestão do tempo. Quando eu organizo em prioridades o que tenho que fazer no dia, percebi uma melhora significativa nos meus resultados. Já tentou acompanhar melhor o seu tempo durante o dia?

Se você estiver de acordo, eu ajudo você a analisar sua agenda diária de trabalho e, juntos, podemos encontrar uma solução para que não haja mais atrasos na entrega desta importante tarefa que está sob sua responsabilidade.” A “puxada de orelha” está implícita na conversa, porém, também está embalada em empatia e empoderamento.

Outro benefício do diálogo entre líder e liderado rico em “perguntas” é o estímulo criado para a criatividade. Quando o líder é um especialista em perguntar, estimula a inovação através da curiosidade. Perguntar é movimento. As perguntas formam uma trilha a ser percorrida até a solução.

A curiosidade é muito presente durante a infância. Logo que aprende a falar, uma criança passa o dia fazendo perguntas – pais e professores que o digam. Esse comportamento indica que elas têm muita vontade de aprender. Conforme crescem, as perguntas ficam mais complexas e mais difíceis de encontrar respostas. Porém, em algum momento da vida, por alguma influência, esta situação muda, e a maioria das pessoas param de perguntar e esperam ganhar tudo pronto.

Será por que se acostumaram a ter respostas prontas ao invés de aprenderem a pensar? Estimule sua equipe, crie um ambiente de curiosidade, ensine a pescar. A curiosidade vai impulsionar a inovação naturalmente.

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