Quase um ano depois, a irmã Lourdes retorna ao município para participar de uma feira colonial. Conta que ficou emocionada quando percebeu, ainda no ônibus, estar chegando em Santa Maria:
– Quando eu cheguei o coração começou a bater mais forte porque a emoção tomou conta. Depois de tanto tempo aqui, posso dizer que amo Santa Maria.
Assim como a cidade aprendeu e abraçou os princípios e trabalhos da irmã, ela conta que a cidade hoje é uma referência muito grande para ela. Aqui fez muitos cursos, participou de romarias e feiras. Diz que Santa Maria ajudou muito na formação dela e o retorno foi ainda mais emocionante por isso.
Sobre passado e ressentimentos
Sobre ressentimentos, a irmã conta não guardar mágoas. Diz que o carinho que recebe é imenso. Recebe cartas de pessoas do Brasil inteiro e muitas vezes se pega relendo elas. Comenta ter muita gratidão a todos de Santa Maria que ajudaram a construir a história. Sobre rancor ela ressalta:
– Vou dizer, eu perdoo um pequeno grupo que não entendia a proposta, Deus há de ser complacente com eles. Nós cristãos e da economia solidária cultivamos valores. Não guardamos mágoas de ninguém. A mágoa volta para a gente.
A saída de Santa Maria e chegada ao Maranhão
No dia da saída, muita gente foi à rodoviária acompanhar a partida do ônibus que levava a caminhada da irmã para outro destino. Ela conta, feliz pelo carinho, que o motorista do ônibus teve que esperar o pessoal se despedir para assim partir.
A partida para o Maranhão, segundo ela, não foi o mais difícil e sim a rapidez como tudo aconteceu. Agradeceu a equipe do Projeto Esperança/Coesperança, que fizeram com que fosse uma transição “madura, consistente e responsável”. O período em que está lá fez perceber que, diferente do legado já deixado em Santa Maria e a referência para a região, a articulação da economia solidária ainda é frágil e o caminho está sendo dialogar com as pessoas e grupos que queiram se aproximar da ideia.
Irmã Lourdes retorna a cidade para participar novamente da Feira de Economia Solidária, onde deseja abraçar amigos e pessoas que apoiaram o trabalho exercido durante mais de 30 anos.
Confira a entrevista
Após quase um mês da partida, Irmã Lourdes Dill comenta nova rotina no Maranhão
Irmã Lourdes: a despedida e o legado de 35 anos dedicados a Santa Maria e região