Imóvel da boate Kiss é desapropriado para construção de memorial 

Uma antiga vontade expressada por pais e familiares das vítimas do incêndio da boate Kiss em construir um memorial no local onde aconteceu a tragédia está mais perto de ser realizada.

Três iniciativas marcaram o 10 de julho de 2017: a assinatura do termo de desapropriação do imóvel localizado na Rua dos Andradas, no centro de Santa Maria; o lançamento do concurso público nacional de Arquitetos para execução do memorial, organizado pelo Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB); e a assinatura de um termo de cooperação entre prefeitura e Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia em Santa Maria (AVTSM), com apoio do IAB. O documento estabelece que o município seja responsável pela contratação e licitação da empresa que fará o projeto do memorial e da empresa que construirá a homenagem. 

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O ato contou com a entrega da chave do imóvel feita pelo prefeito Jorge Pozzobom ao presidente da (AVTSM), Sergio da Silva.

– Gostaria de deixar bem claro que não é nada confortável estarmos aqui. Não estamos felizes, pois nossos filhos não estão aqui. Mas, mesmo que tardia, qualquer resposta do município para nós já é boa, pois não se pode deixar tudo debaixo do tapete – disse Sergio, que também é pai de uma das vítimas.

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A prefeitura pagará R$ 1,350 milhão à Econn Empreendimentos, dona da edificação. A proposta inicial, conforme avaliação da empresa, era cerca de R$ 4 milhões. O valor acordado será pago em 12 parcelas, com quitação da primeira até 30 dias a partir da assinatura (ontem).Conforme o Executivo, uma pesquisa de preço feita por engenheiros e profissionais do ramo imobiliário auxiliou na negociação.

O processo também contou com a quitação de uma dívida da empresa com o município, de cerca de R$ 170 mil, referente a IPTU e taxas de recolhimento de lixo. O valor destinado à desapropriação é de recursos livres da Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos.A previsão é que a demolição do prédio onde funcionava a boate, bem como a colocação de uma pedra fundamental no local, seja concluída até 2018.  Já, a construção do memorial tem prazo de conclusão para 2019.

– Não vamos nos omitir. Nosso compromisso é estar, no dia 27 de janeiro de 2018, com o prédio demolido – afirmou o prefeito, que assegurou que prezará pelo rigor das fiscalizações.

Foto: Fernanda Ramos / NewCo DSM

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O encontro teve, ainda, a participação do vice-presidente da AVTSM, Flávio Silva; a procuradora geral do município, Rossana Schuch Boeira; o representante da Eccon Empreendimentos, Paulo Henrique Corrêa da Silva, o presidente do IAB, Rafael Pavan dos Passos, e a secretária de Educação, Lúcia Madruga.

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O CONCURSO

O concurso para o memorial, organizado pelo Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), deve obedecer algumas etapas. A seleção dos inscritos começa, de fato, em setembro. Antes disso, é preciso captar recursos, por meio da internet, que serão investidos para a execução do projeto vencedor e custos com o certame. A meta é que sejam captados entre R$ 160 mil e R$ 250 mil.Além disso, um seminário com os familiares das vítimas deve definir o conceito de como será construída a homenagem.

– Ressignificar aquele lugar é o mais importante que podemos fazer agora - disse o presidente o IAB RS, Rafael Pavan dos Passos.

ETAPAS

24 de julho – Lançada a plataforma digital para crowdfunding (financiamento coletivo pela internet)
18 e 19 de agosto – Seminário com apresentação de memoriais, propostas da AVTSM, conversa aberta à comunidade, definição do conceito e demais desdobramentos
Setembro (sem data definida) – Abertura do prazo de inscrição dos projetos
Entre dezembro de 2017 e janeiro de 2018 – Divulgação dos resultados