Pouco mais de um mês depois que tiveram os revólveres recolhidos, 19 vigilantes da Guarda Municipal de Santa Maria passaram por um curso de reciclagem para poder voltar a utilizar armas de fogo. São os servidores que atuam na proteção do patrimônio, fazendo a segurança em prédios públicos.

O recolhimento das armas foi feito no início de junho pela Superintendência da Guarda Municipal. A medida foi tomada após uma reunião com o Ministério Público Estadual, onde tramita um procedimento, desde 2014, sobre os treinamentos e cursos de qualificação necessários aos guardas.Alguns dos vigilantes disseram que não tinham cursos desde 2010. É o caso de José de Jesus Rosa de Souza, 57 anos. Ele se tornou servidor público em 1982 e passou para a função de vigilante em 87.
– Mudou muito a legislação. Tem coisas que não sabíamos. Está sendo muito proveitoso e vai ser muito bom para Santa Maria. Arma, o melhor é se não usarmos, mas tem determinados lugares que é perigoso e que, para a segurança do povo e da gente mesmo, é necessário usar o revólver – disse o vigilante.

João Francisco Rodrigues de Moraes, 52 anos, diz que trabalhou no prédio do Jockey Club, onde, até um tempo atrás, a prefeitura mantinha guardas permanentemente. Lá, ele conta que chegou a trocar tiros com bandidos. Ele reforça a necessidade dos treinamentos:
– Para nós, é muito importante porque estávamos desatualizados. Há muito tempo não treinávamos tiro.
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O curso para os vigilantes começou na última segunda-feira. Ao longo da semana, eles tiveram aulas teóricas de legislação na sede do GAT, empresa contratada para fazer a capacitação. Na sexta, ocorreu a parte prática de treinamento de tiro, na sede campestre da Socepe. A reciclagem a cada dois anos é exigência legal para uso de armas de fogo. Na semana que vem, a prefeitura receberá o desempenho dos "alunos" no curso, apenas os considerados aptos receberão de volta e voltarão a usar os revólveres recolhidos no mês passado.
A Superintendência prevê que até o ano que vem todos os 144 guardas municipais tenham passado por cursos e estejam aptos a utilizarem revólveres. Em abril, os guardas tiveram atualização do uso de armas de eletrochoques, não-letais.