Maus-tratos

Galinha com as patas quebradas é abandonada viva em cemitério de Santa Maria

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Uma situação inusitada ocorrida em Santa Maria reabriu duas discussões ligadas a rituais religiosos: a falta de um local apropriado para as cerimônias e o uso de animais vivos em oferendas.

Na manhã da última sexta-feira, uma vizinha do Cemitério São José, que fica no bairro de mesmo nome, encontrou uma galinha viva, com as duas patas quebradas, em cima de um túmulo em meio a pipocas e outros alimentos utilizados em oferendas. O animal teria sido usado em um ritual. Penalizados, moradores próximos  alimentaram e deram água ao bicho além o colocaram dentro de um jazigo inacabado, mas protegido.

Sem saber a quem recorrer, uma moradora ligou para a Companhia Ambiental da Brigada Militar, que teria indicado que ela procurasse uma ONG. Como não conseguiu contato com a ONG durante toda a sexta, no dia seguinte (sábado), a vizinha pediu ajuda à Guarda Municipal, que foi ao local. Mas, segundo registro do órgão de segurança, os guardas não souberam como proceder diante da situação.

No domingo à tarde, a Guarda Municipal voltou ao cemitério, levando um integrante de uma religião afro. A equipe iria verificar o estado de saúde da galinha e tentar dar uma solução para o caso.
_ Nunca deparamos com uma situação dessas. Não sabemos nem o que fazer. Vamos ver a melhor maneira de resolver _ disse o guarda municipal Geferson Oziel Rodrigues de Oliveira, que atendeu a ocorrência na tarde de domingo.

Segundo o presidente da Liga Espiritualista de Umbanda e Cultos Afros de Santa Maria (Leucab), Gallagher Victor Siqueira, a Liga repudia atitudes como essa e orienta os religiosos afros a não fazerem rituais em cemitérios sem se identificarem aos responsáveis pelos locais:
_ Não faz parte do rito deixar um animal vivo em sofrimento. São pessoas que brincam com a religião e fazem coisas que não sabem. Repudiamos essa atitude porque são pessoas que denigrem as nossas religiões.
Siqueira disse ainda que, há 14 anos, tenta que o poder público municipal destine um local onde possam ser feitos os rituais.

Não é de hoje que os moradores do entorno e frequentadores do cemitério reclamam do abandono, falta de segurança e de manutenção do local, que é de responsabilidade da Secretaria de Infraestrutura e Serviços da prefeitura. O Diário tentou contato com o secretário Tubias Calil na tarde de ontem, mas o celular estava desligado.

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