Há seis meses, a falta de iluminação nas ruas tem deixado moradores da Vila Kennedy, no Bairro Salgado Filho, preocupados com a segurança. Segundo o aposentado Carlos Cunha Mendes, que reside na Rua Engenheiro Augusto Pestana, desde que trocaram um poste de madeira por um de concreto, os responsáveis pela iluminação pública não religaram a luz no local.
– Vivemos em um transtorno constante. À noite, não conseguimos enxergar nada. Esses dias, a minha esposa saiu com o cachorrinho e tentaram tomá-lo dela. Já liguei para a prefeitura e para a Brigada Militar e fui ignorado pelos dois – reclama Mendes.
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Em frente à Rua Augusto Pestana, fica a Rua Otávio Mangabeira, onde os moradores também sofrem com a escuridão. Para a dona de casa Maria Lúcia Trindade, esse problema facilita a ação de vândalos e tentativas de assaltos.
– Meu marido trabalha à noite e volta antes do amanhecer. As outras lâmpadas da rua nem sempre funcionam. Vivemos com medo da violência. À noite, não podemos nem ir à frente de casa e, em caso de emergência, é impossível sair para comprar um remédio ou um alimento – desabafa.
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O que diz a prefeitura - Sobre a falta de iluminação
Conforme a Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos, foi feita uma vistoria técnica no local. A pasta ressalta que a luminária está em condições de funcionamento e que, no momento, não há nenhum protocolo aberto na secretaria referente à falta de iluminação. Anteriormente, três protocolos haviam sido abertos, mas, de acordo com a pasta, eles já foram atendidos e finalizados.
Nos casos de reparos na iluminação, o contribuinte pode solicitar o serviço de diferentes formas. A Eon Energia e Iluminação Ltda é a responsável pelo serviço. O telefone da Eon Energia e Iluminação é (55) 3222-0733. A prefeitura também recebe solicitações de conserto pelo número (55) 3222-5037. Ao ser atendido, é necessário informar nome, CEP e um ponto de referência do local onde deve ser feito o reparo.
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Outra opção para o contribuinte é a abertura de protocolo online, disponível no site da prefeitura, no link “Solicitação de reparos na iluminação pública – Minha Luz”. É necessário informar o número da casa em frente ao poste, o nome da rua, bairro, ponto de referência, descrição do problema, nome do contribuinte, e-mail e telefone de contato.
Sem agentes de saúde no bairro e com dificuldade de caminhar devido a uma cirurgia na perna, a auxiliar de limpeza Sandra Regina Schlemmer diz que, quando precisa de uma consulta médica, tem que sair de madrugada para tirar ficha na Unidade Básica de Saúde (USB) da vila.
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Sobre a falta de agentes de saúde
Conforme a superintendente de Atenção Básica do Município, Maria Suzana Lopes, há duas equipes de Estratégia Saúde da Família (ESF) habilitadas para atuar na região e que, hoje, ainda estão instaladas nas dependências da Unidade Básica de Saúde (UBS) Kennedy, aguardando um espaço próprio para atuação e a determinação de um território de abrangência. De acordo com a superintendente, a prefeitura aguarda os resultados do concurso público para realizar o chamamento de um técnico em enfermagem e de agentes de saúde que irão atuar na ESF.
Além da dor, ela enfrenta muito medo. A auxiliar de limpeza conta que, há poucos dias, houve um tiroteio na rua. Assustada, ela só lembrou de pedir que todos se abaixassem dentro de casa.
– Nossas ruas estão no escuro. Isso facilita que os bandidos se escondam nos pátios e até mesmo entrem em nossas residências. Além disso, na Rua Otávio Mangabeira, há uma árvore com galhos enormes, alcançando os fios de eletricidade e quase caindo em cima da minha casa. Já pedi à prefeitura, à Defesa Civil e ao Corpo de Bombeiros que a podassem e ninguém nos atende – afirma.
Sobre a árvore
De acordo com a Secretaria de Meio Ambiente, em casos da arborização em contato com a fiação elétrica, o morador deve buscar a RGE Sul, responsável pelo serviço de energia elétrica do município.
O poste sem iluminação fica em frente ao Ministério Brasa, igreja presidida pelo pastor Roberto Pereira Inácio. Preocupado com a segurança dos frequentadores, ele mudou os horários de culto.
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– Esse poste é a principal fonte de iluminação da rua. Ainda no semestre passado, trocaram o poste, colocaram lâmpada, mas não fizeram a ligação. É uma atitude simples, que faz muita diferença para nós – explica.
Inácio conta que o bairro não tem posto policial e que a sede, onde funcionava a associação do bairro, foi incendiada por vândalos.
– Não temos um líder comunitário que interceda pelos interesses dos moradores. Temos tentado nos unir para resolver esses problemas. Sem segurança e no escuro, cada noite traz uma dose a mais de preocupação – conclui.
Sobre a ausência de um centro comunitário
De acordo com o superintendente de Habitação, Wagner Bitencourt, não é atribuição da prefeitura a indicação de líderes comunitários, cabendo à comunidade a indicação de alguém para desempenhar a função. Além disso, o Município não tem responsabilidade sobre o Centro Comunitário, no entanto, o superintendente diz que, em todas as vezes em que o terreno e o local foram ocupados irregularmente, o Executivo atuou na recuperação da área e destinação à comunidade.
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Ele explica que é importante que a população da região se organize regularmente, inclusive, criando uma associação, facilitando os processos para construir melhorias no local. Bitencourt acrescenta, ainda, que o município está estudando a implantação de uma área de lazer adequada no local, como forma de contemplar a comunidade.
O superintendente diz que, na Vila Kennedy (que antigamente era uma Cohab), há 211 famílias que ainda não possuem a titularidade dos imóveis. Ainda de acordo com o superintendente, há um processo de regularização dos imóveis do local, e esses moradores já podem procurar o tabelionato da cidade para solicitar a escritura definitiva dos imóveis, para que as casas constem em seus nomes.
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