decisão da Escola de Sargentos

Empresários santa-marienses comentam sobre o anúncio da ESA

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Pedro Piegas (Diário)

Representantes do setor do comércio e empresários santa-marienses lamentaram a decisão divulgada na quinta-feira, sobre o futuro da Escola de Sargentos das Armas (ESA). O empresário Carlos Costabeber, que foi o primeiro a saber da possibilidade de trazer a futura Escola de Sargentos das Armas (ESA) para Santa Maria e que esteve junto ao prefeito Jorge Pozzobom (PSDB) para a articulação inicial do projeto, contou sobre os bastidores da disputa, em entrevista ao Central CDN 3ª Edição Especial.

- Eu tive a informação de que na quarta-feira o Alto Comando do Exército havia batido o martelo por Santa Maria, mas que o presidente Bolsonaro (sem partido), numa decisão totalmente política e visando votos no Nordeste, puxou o tapete desta decisão do Exército.

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Outro motivo que pode ter levado a escolha para Recife (PE), de acordo com o empresário, foi a troca do Comando do Exército Brasileiro, quando o General gaúcho Edson Leal Pujol foi substituído pelo atual comandante, o general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira.

- O General Pujol era um grande lutador por Santa Maria, e ouvi dele que já havia tomado sua decisão. Nesse momento, estava tudo pronto e definido, era só "puxar o gatilho". Acredito que foi com a troca de comando que nós perdemos a ESA. O novo comandante, general Paulo Sérgio, praticamente nunca esteve aqui, ele não conhecia Santa Maria.

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Ainda segundo o empresário, que acredita que a levada da ESA para Recife foi uma questão política, será necessário investir mais na capital pernambucana do que em Santa Maria, pois no quesito técnico, de preparo militar, a capital estaria desfavorecida.

- Todo o poder de fogo do Exército está no Sul do país. Aqui, em Santa Maria, nós temos artilharia de ponta, assim como engenharia, infantaria, cavalaria, materiais bélicos, além de dois Centros de Treinamento Virtual do Exército. Está tudo aqui. Já no Nordeste, a presença do Exército é muito tímida. Eles vão gastar o dobro de investimento em Recife, apenas por uma questão política do presidente. Nós não tínhamos competidor, isto é o que me frustra mais.

Para Costabeber, a nova Escola de Sargentos pode demorar para sair do papel devido à crise política e econômica:

- A ESA não é prioridade do governo federal. Não vejo condições de, na prática, haver mobilização antes do ano de 2023 ou 2024. Até lá, nada vai ser feito efetivamente, por falta de recursos federais.

O presidente da Câmara de Comércio, Indústria e Serviços de Santa Maria (Cacism), Luiz Fernando Pacheco, também em entrevista ao programa Central CDN 3ª Edição Especial, comentou que recebeu a notícia da escolha da ESA com tristeza.

- Eu tinha essa decisão como um dos grandes fatos que poderiam modificar o futuro da nossa cidade. Santa Maria teve grandes momentos. Talvez, o último tenha sido a criação da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), há 60 anos. Eu via a possibilidade desse investimento, não tanto como a universidade, como o grande fato modificador - avalia Pacheco

Ele discorda que a decisão foi técnica. Segundo ele, as articulações políticas fizeram a diferença. Pacheco conta como percebeu o envolvimento do governador pernambucano Paulo Câmara (PSB) em relação ao gaúcho Eduardo Leite (PSDB):

- Recife foi escolhida com um excelente projeto. Mas é um projeto gestado por um governo do Estado com toda uma estrutura trabalhando. O governador de lá prometeu R$ 330 milhões do cofre do Estado para escola. Que eu saiba, o nosso governador no máximo conseguiu um documento da Corsan, com protocolos de intenções dizendo que se a escola viesse para cá, a companhia ligaria o esgoto sanitário.

De acordo com ele, o fato do governador gaúcho ser um possível presidenciável dificultou a aproximação com os militares.

- A bancada federal de Pernambuco esteve toda reunida com o comando do Exército. O Rio Grande do Sul fez movimentos isolados. O prefeito ia a Brasília, deputado federal ia a Brasília, mas o Estado, por conta de ciúme político, porque o governador já estava em uma campanha política deflagrada, ficou mais preocupado em 2022 - diz o presidente da Cacism.

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