Uma segunda ocupação vem chamando a atenção, em Santa Maria, nos últimos dias. Desde sexta-feira, cerca de 50 pessoas construíram casebres de madeira e lona em um terreno, no final da Rua Bolívia, no bairro Camobi. E os barracos improvisados não são a única semelhança entre o movimento do Parque Pinheiro Machado. Além da grande presença de crianças, idosos e gestantes entre os ocupantes, o motivo da medida extrema também é o mesmo: as dificuldades em arcar com aluguel e alimentação.
Famílias de Santa Maria lutam para permanecer em áreas ocupadas
Maria de Fátima de Carvalho de Oliveira, 50 anos, é uma das mulheres que fixaram moradia no terreno pertencente à prefeitura, onde deveria ter sido construída a creche municipal Monte Belo. Parte do programa Proinfância, a obra está paralisada há dois anos devido a impasses com a empresa responsável pelo serviço, a MVC Soluções em Plásticos, do Paraná.
Terreno da prefeitura é ocupado em Camobi
– Conheço essa área há muito tempo e sempre foi assim. Dizem que ela foi comprada para a construção de uma creche, mas estava virada em um lixão – diz Maria de Fátima.
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Funcionária da Sul Clean, ela revela que recebe R$ 500 de salário, valor que considera insuficiente para arcar com as despesas da casa.
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– É injusto termos de pagar aluguel e alimentação enquanto existe um terreno da prefeitura abandonado – argumenta.
Após contato com a Defesa Civil, até ontem, os ocupantes aguardavam a visita de uma equipe da prefeitura. Na sexta-feira, fiscais da Secretaria de Desenvolvimento Urbano estiveram no local e notificaram os ocupantes para que saíssem do local. O prazo terminava ontem. Ainda na semana passada, a procuradoria jurídica do município tomou conhecimento da situação e acenou com a possibilidade de entrar com um processo pedindo a reintegração de posse do terreno.