Depois que onda de violência fechou escola e unidade de saúde, poder público deu respostas

Há exatos 33 dias, a Escola Municipal Adelmo Simas Genro, no bairro Nova Santa Marta, fechou as portas, interrompendo as aulas por três dias. A medida foi um pedido de socorro. O objetivo era chamar a atenção para um problema que atinge não só a escola mas toda a Região Oeste há anos: a violência.

Passado um mês, a comunidade escolar e os moradores do bairro vivem uma realidade bem diferente em relação à segurança pública. As respostas de Brigada Militar, Guarda Municipal e Polícia Civil foram imediatas e permanecem. Agentes da guarda ficam por tempo integral na escola. Nas ruas, o Batalhão de Operações Especiais (BOE) faz policiamento 24 horas. Apenas uma tentativa de homicídio foi registrada no período. Ontem, uma atividade comemorou a nova fase da instituição e da comunidade.

Com três filhos na escola – um de 9, um de 13 e um de 15 anos –, uma dona de casa de 34 anos, que preferiu não ser identificada, acha que as coisas mudaram para melhor. Diferente das famílias de cerca de 50 estudantes que transferiram seus filhos para outras instituições, ela resolveu manter os dela na escola:

– Agora, está bastante calmo. Tomara que continue.

Moradora há 20 anos na Nova Santa Marta, a aposentada Maria Dias da Silva, 56 anos, está feliz da vida com a presença da Brigada na região:

– Antes (do fechamento da escola), não dava para andar na rua, era perigoso, ouvia-se tiro para todo o lado. Agora, estamos felizes com a presença da polícia (Brigada Militar). Depois que eles vieram, foi uma maravilha.

A Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) identificou os adolescentes envolvidos no tiroteio e ameaças a professores e servidores da escola, concluiu os procedimentos e remeteu ao judiciário. Ainda não foi realizada nenhuma audiência para tratar desses casos, que estão em andamento na Justiça.

O retorno por parte da Secretaria de Educação veio por meio de projetos que se iniciaram há uma semana. A escola foi procurada por outras pessoas e instituições que se propuseram a desenvolver atividades com os alunos na área educacional. Mas ainda faltam ações do poder público para promover o de desenvolvimento social das famílias.

Outro anseio da comunidade escolar, o muro prometido pela prefeitura para cercar a escola, ainda não começou a ser erguido.

– Um mês é pouco para resolver um problema de quase 20 anos. Temos ansiedade para que as coisas se resolvam, mas também temos de ter paciência. Houve comprometimento maior por parte de uns e menor por parte de outros. Mas o alerta foi dado. A necessidade existe. É preciso investimento – analisa a diretora da escola, Antônia Lima.

Saúde vai mapear famílias da região

À época do fechamento da escola Adelmo Simas Genro, a unidade Estratégia de Saúde da Família (ESF) Alto da Boa Vista, que fica nos fundos do prédio da escola, aderiu à iniciativa e cessou as atividades por 10 dias. O trabalho no local foi retomado, mas faltam profissionais.

Atualmente, o atendimento é feito pela metade da equipe. Dos seis agentes de saúde designados para o ESF, apenas três atendem a população das sete vilas do bairro Nova Santa Marta, estimada em mais de 26 mil pessoas. Os outros três estão afastados – um por motivo de saúde, um por motivo pessoal e uma por gravidez. Além disso, o médico e a técnica em enfermagem estão em férias. Na unidade, atendem uma enfermeira e um servidor administrativo. Os casos de consultas são encaminhados para a Unidade Básica de Saúde Floriano Rocha na Cohab Santa Marta.

Mas a equipe reduzida é só um agrava"