Deni Zolin, deni.zolin@diariosm.com.br
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), órgão do governo federal que atua para evitar monopólios e concentrações de mercado, aprovou, com restrições, a aquisição da totalidade da Grupo Big Brasil pelo Atacadão, empresa brasileira que pertence ao Grupo Carrefour. A aprovação do negócio, pelo valor de R$ 7,5 bilhões, foi condicionada à celebração de um Acordo em Controle de Concentrações (ACC), que prevê desinvestimento de lojas e outras obrigações. Na prática, isso significa que em nove cidades, incluindo Santa Maria, pelo menos um supermercado do Grupo BIG terá de ser vendido a outras empresas para garantir concorrência. Ainda não há detalhes de qual loja será vendida, mas o Cade deixou claro que será do varejo de autosserviço (BIG ou Nacional), pois informou não ter encontrado problemas de concorrência em relação aos atacados (marcas Maxxi e Atacadão) e aos postos de combustíveis a partir da compra do Grupo BIG pelo Atacadão/Carrefour.
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Em seu voto, o conselheiro relator Luiz Hoffmann explicou que não foram identificadas preocupações concorrenciais referentes aos mercados de atacado de distribuição e postos de revenda de combustíveis. No entanto, no segmento de varejo de autosserviço a combinação dos negócios do Grupo Carrefour com o Grupo Big – que são o primeiro e o terceiro maiores agentes econômicos no Brasil – tem potencial de gerar exercício de poder de mercado em nove localidades diferentes.Para afastar possíveis efeitos anticompetitivos, foi negociado um Acordo em Controle de Concentrações (ACC) que prevê o desinvestimento (venda) de unidades de autosserviço atualmente detidas pelo Grupo Big, envolvendo os municípios de Santa Maria, Gravataí e Viamão, Itabuna (BA), Juazeiro do Norte (CE), Maceió (AL), Olinda (PE), Paulista (PE) e Recife (PE).– Tal remédio tem o condão de reduzir as elevadas concentrações e o alto nexo de causalidade decorrente da operação nos mercados relevantes tidos como problemáticos, de modo que a alienação dos estabelecimentos a terceiros possibilitará o aumento da pressão competitiva enfrentada pelo Grupo Carrefour no cenário pós-operação, mitigando a redução da concorrência causada pelasaída do Grupo Big e reduzindo probabilidade de exercício de poder de mercado – explicou Hoffmann.No acordo, o Atacadão tem de se comprometer a não adquirir novamente os supermercados que forem vendidos por um prazo, que não foi divulgado.
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