Deni Zolin: por que o Cadena não poderia ter uma ecobarreira para retirar o lixo, como existe em Porto Alegre?

Deni Zolin

Deni Zolin: por que o Cadena não poderia ter uma ecobarreira para retirar o lixo, como existe em Porto Alegre?

A quantidade de lixo nas ruas, em bueiros e às margens dos arroios de Santa Maria, como o Cadena, revolta e impressiona. Até quando a população e as autoridades vão aceitar que isso seja algo “normal” e ficarão de braços cruzados?

Além de campanhas educativas em escolas e em toda a cidade, é fundamental que algo prático seja feito para estacar essa situação, que suja os arroios e acaba indo para outros rios, desembocando no Atlântico. Há tecnologia para isso.

Um grande exemplo vem de Porto Alegre, onde foi instalada uma ecobarreira no final do Arroio Dilúvio, em março de 2016.  O projeto foi bancado pelo Instituto Safeweb, em parceria com a prefeitura da Capital. A ideia surgiu do vice-presidente da empresa, Luiz Carlos Zancanella, que era ex-vizinho do Dilúvio e se revoltava ao ver tanto lixo passar boiando por suas águas. A proposta foi inspirada em uma ecobarreira que existia em Baltimore, nos Estados Unidos.

No primeiro ano, em 2016, a ecobarreira do Arroio Dilúvio coletou 124 toneladas de lixo que estavam boiando nas águas, evitando que fossem parar no Guaíba e na Lagoa dos Patos. O auge foi em 2017, com 217 toneladas de plásticos e outros tipos de lixo que foram barradas pela ecobarreira. Em 2021, Ao todo, desde 2016, o total é de 938.880 quilos (ou 938 toneladas).

O lixo é impedido de seguir viagem pela ecobarreira, que fica sobre as águas e canaliza a sujeira toda para uma estrutura de coleta. Depois, a companhia de lixo e esgoto da Capital é responsável por retirar o lixo e levar para o aterro sanitário na cidade de Minas do Leão.

Essa ecobarreira da Capital evitou que milhões de garrafas pet e outros tipos de lixo fossem parar na Lagoa dos Patos e no Oceano Atlântico. Na barreira, param também eletrodomésticos, animais mortos e até capacetes que estavam boiando no Arroio Dilúvio. Basta boa vontade e um pouco de verba para amenizar esse problema.

Leia mais:

Arroio Cadena: o curso de água mais importante da cidadeEm Santa Maria, saiba como dar o destino correto ao seu lixo

Até quando vamos achar normal ver essas cenas no Cadena?

Agora, fica a pergunta: se esse tipo de iniciativa de ecobarreiras não é tão cara, por que não poderia ser instalado em Santa Maria, em locais como o Arroio Cadena, e em outras grandes cidades gaúchas? Com pouco dinheiro, seria possível ter um grande impacto positivo ao meio ambiente. Mas claro que, além disso, é fundamental seguir com ações de fiscalização e de conscientização para o destino correto do lixo.

Esgoto irregular

Além do lixo jogado nas ruas e arroios, existe também o problema da falta de esgoto ou das ligações erradas de esgoto de casas em prédios na rede pluvial. Isso faz com que arroios que nascem nas áreas centrais da cidade já tenham esgoto cloacal e muito fedor. Há tecnologias para identificar o problema e corrigi-lo, usando robôs ou corantes que são largados na saída dos imóveis, para identificar se o esgoto dos banheiros está indo para a rede correta ou desembocando na rede pluvial, que vai parar nos arroios. Porém, praticamente nada é feito quanto a isso, e não só em Santa Maria, mas na maioria das cidades brasileiras.

Leia todos os Colunistas

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Jaqueline Silveira: uso da bandeira do Brasil não configura propaganda, diz TRE Anterior

Jaqueline Silveira: uso da bandeira do Brasil não configura propaganda, diz TRE

Casal é detido após confusão, tiros em casa noturna e ameaças de morte à policiais Próximo

Casal é detido após confusão, tiros em casa noturna e ameaças de morte à policiais

Geral